Revista da Academia Paraense de Letras 1968

Canção Para Sa-lete Salele dos olhos verdes que encontrei na madrugada, na velha ponte de pedra, olhando o ·rio debruçada. Apenas dois olhos tristes e um riso vazio sem nada. .. Pudessem teus olhos verdes Ilia vida ver mudada ! 11e derramei meus poemas num batismo inesperado ; teus olhos riram, brilhantes, sob o frio da madrugada. Tua bôca antes parada contou coisas rotineiraJ como flór fostes colhida a dois instantes da inflincia .. ,. e esta vida tão sem vida que te envelhece, criança. E o vnto te •recordava (nas canções q11e -ele trazia) cada côr de teu pecado : no samba - um cravo branco - o teu pudor revelado; e o cha-cha-clw, na eletrola, o vermelho de te11 fado. . . . puro era apenas o verde do teu olhar magoado. ALONSO ROCHA

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