Revista da Academia Paraense de Letras 1968
,. O Albatroz (BAUDELAIRE) Por simples distração, os homens da equipagem Gostam de aprisionar essas aves dos mares, Os albatrozes, que, companheiros de viagem, Seguem do barco a trilha, aos torvelins, nos ares. Lançados no convés, eles que reis supremoJ Do espaço, em desafio às borrascas e ventos, De asas murchas agora, iguais a inúteis remos, Se arrastam pelo chão, em tardos movimento,. Pobre alado viaior. Tão belo parecia. Como é c8mico e feio e fraco e desastrado, Se um, por graça no bico um cachimbo lhe enfia, E out•ro lhe imita o andar capenga e desnorteado. O poeta é como o rei das nuvens, das praceias, Que zomba do /recheiro e da tormenta uivante. Exilado no solo, ao meio das querelas, O que lhe impede o andar, são asas de gigante. 27-1964 Tradução de lgnácio de Sousa Moitta
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