Revista da Academia Paraense de Letras 1968

A ORAÇÃO DO POETA 121 efêmeros instantes de alegria; pQla ternura das referências feitas à minha pessôa em suas "Rondas Literárias, insertas na veterana Folha do Norte", o meu abraço cordial e fraterno. Ao "King Clube", solidário com o Govêmo do Estado, pela valio– sa dádiva que hoje recebo, envio, por intermédio de Geo Franco Filho, essa esperançosa inteligência de menino que eu conheci e que ora se revela como realidade de talento robusto, no seio da juventude a que pertence, o penhor da minha gratidão. A Assembléia Paraense, que anualmente promove, para inspira– ção dos meus versos, a escôlha das mais belas debutantes da vergel social belemense, o meu reconhecimento, pela nobre atitude tomada, aplaudindo o ato do Govêrno estadual que motivou esta honrosa ho– menagem à cultura do Pará. Aos Rotarianos de Serviço no Pará, ao Lions Clube de Belém, onde Osvaldo Tuma põe à prova a sua bravura de leão domado a serviço dos mais profundos interêsses humanos; à classe médica do Pará, a quem devo a conservação da minha última etapa de existên– cia; à imprensa falada, escrita e televisada, às associações de classe; às classes conservadoras; a todos os meus amigos e admiradores que se dignarem adquirir o disco hoje lançado, formulo ardentes votos para que depois de ouvi-lo, sintam afluirem aos lábios e aos corações, um ósculo de amor a cada espôsa, um conselho de mãe a cada filho. --x- - Imaterialisa-me a fascinante pompa desta noite, que transfor– ma em Odeon êste patrimônio Urico do Estado! Homero imortalizou– se · com a primeira consagração feita à poesia grega, no histórico Panteon de Atenas. Enternece-me a benemerência de Alacid, êsse nôvo Homero, da América Latina! Não conheço, no meu País, fato histórico, de carater popular e afetivo, que mais me despertasse a razão e a vaidade de ser brasi– leiro! Nem o de Olavo Bilac, o paladino da Juventude,_ao merecer do Exército de Caxias, a condecoração de - Patrôno do Voluntário da Pátria, quando escrevera: "Obra que as minhas mãos arrancaram do Nada, vive ! Vive, por mim ! Ergue-te à luz do dia!" Nem o de Castro Alves, ·notável poeta condoreiro, ante a es– trondosa manifestação de júbilo das Fôrças Armadas e dos estudantes paulistanos recitando os seus poemas de estilo candente, avivando o lampejo da Liberdade que se aproximava, dizendo: "Não cora o livJ'o de ombrear com o sabre. nem cora o sabrf' de chamá-lo irmão!".

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