Revista da Academia Paraense de Letras 1968

L 12 O. ALBERTO RAMOS Se adentrardes pela história da Educação, surpreendereis Dom Antônio a terçar armas para entregar as Irmãs Dorotéias a direção do Asilo de S. Antônio, diretamente com a Beata Paula Frassinetti, ou indo suplicar a Dom Bosco padres Salesianos para reger o Ins– tituto Providência, instituição pioneira que preparou os mestres mais competentes que fizeram a grandeza da cidade guajarina. Basta que vos mencionemos o término do discurso que pronunciou a 24 de se– tembro de 1871, no ato solene da inauguração da Sociedade Proteto– ra da Instrução Pública : "Quando começaremos a trabalhar seria– mente na solução dêstes grandes problemas de que tudo depende, o presente e o porvir, a vida e a morte, a grandeza e a miséria desta cara pátria, cujos brilhantes destinos devemos todos trabalhar por assegurar ! Vindes a tempo, senhores, vindes a tempo. Quando os po– dêres públicos ensaiam reformas com uma boa vontade incontestá– vel, mas com um êxito que deixa ainda tanto a desejar aos espíritos generosos, boa inspiração vos veio de unirdes aos esforços dêles os esforços, às vêzes mais fecundos, da iniciativa particular. Mãos à obra, com as bênçãos de Deus I Mãos à obra ! Ela é dificil, mas ne– cessária : ARD UUM SED NECESSARIUM l Surjam novos edifícios para escolas, melhorem-se os métodos, regenere-se o professorado, dê-se larga parte à Religião no ensino público, transformem-se completamente os costumes por uma pene– tração mais intima do Evangelho no seio das novas gerações quê vão despontando. Tornando-nos mais religiosos não faremos mais que avançar com passo mais firme nas sendas do progresso e da civiliza– ção. Unamos nossos esforços. Trabalhemos juntos, na grande obra da educação popular. É a obra de Deus! É a obra do futuro! O que não consegue um esfôrço isolado, consegue-o uma massa compacta de esforços convergindo unânimes para o mesmo fim". No mesmo ano de 1871, na solene inauguração da Biblioteca Pública, já havia sido também o orador oficial. Dêsse célebre discur– so trasladamos apenas êste pequeno lanço : "Porque, notai, eu não venho chamar as bênçãos da Religião precisamente sôbre uma Bi– blioteca; o que eu abençôo, o que vós todos abençoais comigo, em nome da Religião, em nome da humanidade, é outra coisa melhor : - é a instrução a derramar-se; é a civilização a expandir-se; é um porvir inteiro a rasgar-se diante de nossos olhos todo luminado e cheio d'esperanças !" (Discurso-Tip. do Diário do Gram-pará, 25-3-1871, p. 4). Se interrogardes a Música ela vos responderá com o elevado cunho artístico que, naquele tempo, realçava qualquer tertúlia esco– lar no Seminário ou no Asilo de Santo Antônio, no Instituto Provi– dência ou no Colégio do Amparo. Possuímos ainda, num impresso luxuoso, as partituras do "Hymno da Providência eexcutado pela ban- --------- -----

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