Revista da Academia Paraense de Letras 1957

Q REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 63 dente, e membro correspondente da nossa Academia de Lêt~as. Como literato não é menos notável, e confesso com sinceridade, nao saber a quem niais admire, se ao professor Peregrino Júnior, como homem ~e ciência ou como homem de lêtras. O seu·livro - "Histórias da Amazo– nia" __:, sôbre o homem e as cousas de nossa hiléia amazônica, foi o meu A B C nêsse gênero de literatura, rivalizando-se com a "Selva", de Ferreira de Castro; "Terra Imatura" ,do nosso saudoso Alfredo Ladislau· "No Anfiteatro Amazônico", de Raimundo Morais; e o "In– ferno Verde", de Alberto Rangel. A sua bagagem científica e literária é muito vasta, apontando-se livros e trabalhos de fôlego, como: - "Interpretação Biotipológica das Artes Plásticas", "Temperamento, Carater e Constituição de Machado de Assis", "Patografia de Goethe", "Problemas Modernos de Sexualidade", "Personalidades de Goethe, em face de Endocrinologia", "Goethe em face da Psicanálise" e "Tra– tado de Endocrinologia". Mas, na minha modesta opinião, a sua obra prima é o seu livro - "Doenças e Copstituição de Machado de As– sis" - que considero a minha bíblia; é o trabalho mais complexo que eu li, sôbre o autor de "Dom Casmurro". Meur, colegas, meditai no que lhes vou dizer: não sei _se p9r mera coincidência ou determinismo, eu tive uma grande sat1sfaçao no mês de maio, mês das flôres, de falar sôbre duas personalid~des, a de Sigmund Freud, em comemoração ao seu centenário, na "Soc·edade Paraense de Estomatologia", e nesta sessão, da personalidade de um cientista brasileiro, o professor Peregrino Júnior, que é um grande admirador .e estudioso de Freud. . Perdoai, senhor presidente, se eu não apresentei o vosso convi– dado de honra, como devia ser apresentado, neste auditório, porque os homens de ciência como Peregrino Júnior são difíceis de ser bio– grafados. ~olegas, jamais pensei poder encoxitrar como cirurgião es– tomatologista, fora do ambiente hospitalar um momento que me emocionasse tanto como êste, em fazer umá saudação ao professor Peregrino Júnior. Saudo.:.vos, mestre! e que o vosso destino tenha traçado no "Kar– ma" da vossa vida, uma e.~trada livre dos perfidos e inveiosos, para que possais continuar estudando e trabalhando em benefício dessa humanidade sofredora. São os votos da classe Odontológica Paraense". GOTAS . .. HORAS FELIZES Tivemos, anteontem, uma sexta-feira feliz Ao fim de tarde nos reservava um~ agradabilíssima surprêsa. Est~vamos no nosso Pará ~lube, ~a habitual pale~tra com vários amigos, quando ali ingressou a figura imp<?nente ~ ~aJestosa do dr. Peregrino Júnior. o Presidente da Academ~a Brasileira de L~tras estava acompanhado do presidente da Academia Paraense de Letras, 0 prezadíssimo Bruno de ~~nez~s. Ora, no programa da _est~da do culto e eminente escritor patnc10 nao c~mstava qualquer visita a tradicional sociedade paraense. Daí, a emo– çao que se_nos apossou quando Bruno nô-Io apresentou. Logo ao aper– t~r das m~o~, a pergu:r:ita: "Como vai O seu pai. o Nogueira, o inesque– C1".el_ ~eocad10 _Guerr_e1ro d? meu tempo?" E O ilustre imortal lembrou ~ 1s__od1os da Vida e epoca intelectual do nosso velhão e seus contem– t,'ljraneos. Com a apresentação dos outros consócios foi entabolada interes– sante e cordial pal~stra. E o cronista, indicado, teve a satisfação de saudar o dr. Peregrino e dizey 9ue o Pará Clube naquêle momento es– tava escrevendo mais uma pagina de glória e triunfo nêsse livro dou-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0