Revista da Academia Paraense de Letras 1957

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 41 Um Espetáculo · Inesquecível 1~ • GRANDE VITÓRIA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS HOMENAGEADO PEREGRINO JÚNIOR Inesquecível a grande sessão litero-musical que a Academia Pa– raense de Letras realizou à noite de sexta-feira última no Teatro da Paz, em homenagem ao consagrado escritor e notável médico Dr. Peregrino Júnior, presidente· da Academia Brasileira de Letras. A festa, que tanto comoveu o homenageado (e disse Peregrino no Teatro: para agradecer um espetáculo como êste que me deslumbra e comove até ao infinito, só a lágrima serviria. Mas a comoção que me arrebata é tão grande que até as lágrimas seca·ram nos meus olhos") v~leu pela maior demonstração do que pode a Academia fazer, do que sao capazes aqueles que a dirigem, e que iniciaram a sua gestão de maneira espetacular. O Governador do Estado, Dr. Cattete Pinheiro, compareceu pes– soalmente, emprestando à solenidade um aspecto imponente, porque estava o Govêrno se associando à homenagem. O brigadeiro Nelson Wanderley, comandante da 1.ª Zona Aérea, também esteve pessoal– mente. Tôdas as altas autoridades se fizeram representa·r. E o Teatro estava repleto, como nos seus grandes dias de glóri~. O programa organizado esteve magnifico. Não se podia desejar melhor. E os números empolgaram. Helena Coelho reafirmou o seu valor inegável de soprano-lírico. Guilhermina Cerveira, magnific·a no piano, arrancou aplausos. Ade– lermo Matos, completo e absoluto, marcou um sucesso. Maria Dilma Couto, Elsie Soares, Nazaré Vasconcelos, Joel Pereira, todos, todos sem exceção, agradaram, corresponderam. Helena Nobre, depois de 31 anos de ausência, reapareceu no palco do Teatro da Paz, recebendo uma ovação e bisando números . A sua presença, o seu reaparecimento, constituiu uma homenagem especial da Academia a Peregrino Júnior. O Presidente da Academia Brasileira de Letras, ao discursar, agradecendo aquela homenagem, e a saudação de Georgenor Franco ..não escondeu sua emoção. Afirmou que ama o Pará porque foi no Pará que inspirou a sua obra de escritor, foi no Pará que se diplomou dentista, foi no Pará que iniciou o curso médico, foi no Pará, na cidade de óbidos, que iniciou a sua vida pública, como remador de uma fil.·– ma ali existente . Disse que aquela homenagem que lhe prestava. o Pará por int er– médio da Academia de Letras, significava apenas que êle não tinha falhado ao seu destino, porque sàmente os homens que procedem ho– nestamente, abrindo caminho com as próprias mãos, podem merecer consagrações como aquela que seus olhos viam, enquanto sua alma estava comprimida pela emoção mais forte de tôda a sua existência. Afirmou que aquela homenagem constituia o maior incentivo para que continuasse a proceder como tem procedido, porque sàmente quem sabe ser digno da missão que Deus confia a cada um, poderia,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0