Revista da Academia Paraense de Letras 1957

ij J \ t)' REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 37 Trinto e Seis Anos Depois - DISCURSO DO ACADEMICO GEORGENOR FRANCO NO TEATRO DA PAZ Publicamos abaixo a integra do discurso proferido pelo acadêmico Georgenor Franco. 1.º secretário da Academia, à noite de 4 de maio de 1956, ao ter início a memorável sessão !itero-musical em home• nagem ao escritor Peregrino Júnior. "Exmo. Sr. Dr. Presidente da Academia Brasileira de Letras, acadêmico Peregrino Júnior. . Em crônica escrita em 1919, V. Excia. dizia que "a felicidade, afinal, não é 'Senão uma soma (que matemática indulgente e bôa) das longas tristezas e das alegrias breves que a gente teve e sofreu de bôa vontade, na vida... " . Esta festa de luz, de esplendor, de arte e de poesia, que a Acade• nua Paraense de Letras está aqui realizando em homenagem a V. Excia. e à Academia Brasileira de Letras, não deve constituir ~a alegria breve para o seu espírito, para a sua alma e para o seu c<:>raçao d!: ~ornem e de intelectual. Bem pelo contrário, ela constitm, sem duvida, uma reafirmação de que a felicidade existe quando o h<?mem ~az de sua alma um santuário onde o puro, o bom e o melhor dommam, nnperam e realizam . Efetuando esta festa, a Academia Paraense de Letras deseja mos– trar a V. Excia. o que de melhor possuimos na arte e na cultura.de nossa t~rra, que é sua pelo coração e pelo espírito, como foi de Martm~ N~poleao, aquele esplêndido poeta de fisionomia estranha, e com<;> e desse grande e consagrado Osvaldo Orico e que, ao lado de V. Excia., pelos idos de 1919, formavam uma trindade inseparável, em Belém, na loucura, no sonho e na esperança. . A 8 de maio de 1920 a bordo do navio "Bahia", V. Excia. deixou Belém, já diplomado pel~ Escola Livre de Odontologia, r'!mo ao ~ io de Janeiro. E por feliz coincidência, é justamente no mes de maio, decorridos 36 anos de sua partida, que v . Excia. recebe esta ho~e– nagem justa dos intelectuais paraenses, numa prova eloquente e m– desmentível de que nós não o esquecemos, não deixamos de acompa– nhar e de admirar a sua ascensão maravilhosa, conseguida pelo seu próprio esfôrço, pela sua notável inteligência e pelo seu entusiasmo contagiante, porque a vida de v. Excia., na definição acertada d? gra~– de Ribeiro Couto, "é uma afirmação víril de otimismo e confiança . Dr. Peregrino Júnior. No decorrer desta solene festa !itero-musical, V. Excia • vai conhecer, ver e sentir _ ver e sentir para melhor compreender - os grandes valores artísticos de nossa terra, representados pelas figuras simpáticas e consagradas de Helena coelho - orgulho da arte lírica do Pará _ voz que é um encanto e um deslumbr8:IDento, voz que empolga porque feita de pureza e de_lirismo, de poesi!'- e de ternura ; de Guilhermina Cerveira, cujas maos serenas desllzando no tecla!lo se nos afiguram a círios lânguidos com_oven~o o nosso mundo mtimo na interpretação dos grandes compositores, de Ade– lermo Ma tos , êsse grande e admirável Adelermo :Mlatos, o ~xemplo vivo do idealista realizador; e de outros valores que V. Excia . , me– lhor do que nós, saberá jlUlgar.

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