Revista da Academia Paraense de Letras 1957

30 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS TRO ·LITERARIO AMAZôNICO e a ASS0CIAÇAO DE IMPRENSA DO PARA, que tinha entre os seus diretores, dois mineiros destacados: Luiz Barreiros e Manoel Lobato, êste para alegria de todos nós ainda vivo e cintilante, honrando o quadro de sócios efetivos da Academia Paraense de Lêtras. Também da Associação de Imprensa fazia parte outro acadêmico dos nossos dias, o culto e ilustre dr. Avertano Ro– cha, Que é, indiscutivelmente, um dos vultos mais conceituados no cenário das letras amazônicas ,e cujo nome pronuncio com respeito e admiração. Por uma singular coincidência, que as fastos históricos nacionais amplamente justificavam, foram inaugurados na noite memorável de 3 de maio de 1900, no Teatro da Paz, a Academia Paraense de Lêtras e o Instituto Histórico e Geográfico do Pará, ambos em sua segunda fase. A Academia teve a sua. origem em 1889, depois da extinção da MINA LITERÁRIA; a idéia da fundação do Instituto nasceu em 1898. E' a Academia Paraense de Lêtras, depois da Academia Brasileira de Lêtras a mais antiga do Brasil. Não é demais citar nestas reminiscências, os nomes daquêles que fundaram a Academia Paraense de ~tras: Frederico Rhossard, Juve– nal Tavares, Guilherme Miranda, Teodoro Rodrigues, Lícinio Silva, Meneleu Campos, Acrísio Mota, Artur Viana, Olavo Nunes, Augusto Montenegro, Alcides Bahia, Vilhena Alves, Artur Lemos, Passos :Miran– da Filho, Cândido Costa, Castro Pinto, Marques de Carvalho, Barão de: Guajará, Antônio de Carvalho, Paulino de Brito, João de Deus do Rê– go, Emílio Goeldi, Augusto Borborema, Heliodoro de Brito, João Lúcio de Azevedo, Lauro Sodré, Serzedelo Corrêa, Barroso Rebelo, Barbosa Rodrigues, Enéas Martins e Henrique Santa Rosa. Teve a Academia vida breve, dias marcados pela intemperança dos seus fundadores. O tempo fez esquecer depressa aquela noite festi- va de 3 de maio de 1900. ' Na "ANTOLOGIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE L~TRAS", ci– tou Humberto de Campos, exemplos da Academia Francesa, que sofreu, também, estados críticos. Mas, esclarecia o mestre: - " os peripdos de abatimento na vida das Academias valem, porém, por um eclipse, e não '!)or uma noite". Assim foi, na Academia Paraense de ~êtras. Passado o eclipse, dois beneditinos, Rocha Moreira e Martinho Pinto, reuniram a 10 de agôsto de 1913 ,os intelectuais da terra, e no - "Ateneu Paraense", - lan– çaram as bases do ressurgimento da Academia. Desta feita, com 40 fundadores, que assumiram a responsabilidade de mantê-la e glori– ficá-la. Dizia Oliveira Lima num dos seus discursos, que as "Academias não -podem sucumbi r, mesmo Quando ,trabalhem muito, porque os obreiros nunca faltam. Seguem-se uns aos outros, concatenados pela tradição e pelo ideal comum". . Daqueles ,então, jovens homens de letras, que há cêrca ~e meio século se a juntavam e dedicavam as suas horas de descanço as labu– tas do espírito, ainda estão vivos três acadêmicos, cujos nomes vou ci– tar com o respeito e a veneração que me merecem os cultos e os fatos qu~ se liguem à tradição da minha terra. São êles: Augusto Melra, Pau– lo Maranhão e Manoel Lobato. Foi assim que a Academia ressurgiu, em 1913, para sofrer novo eclipse, que durou, desta feita, 15 anos. o (}

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