Revista da Academia Paraense de Letras 1957

~ REVISTA DA ACADEMIA PÂRAENSE DE LETP.AS l9 Yá ra ( ' . BRUNO DE MENEZES Pôr de sol sôbre as águas. Asas que se recolhem. Ocaso em mutações ;arcoirisadas. Duas verdes pupilas, fúlguras, redondas, A flor das ágµas bolem · 1 E espiam por trás das ãrvores paradas. . . O silêncio é um êxtase na mata. Corta o rio dormente Trêmula refração que as pupilas retrata. E. quando a Yára vem, trazendo no olhar ·ruivescente, Sortilégios de sono, ·amores de sonho e de lenda, Do fundo abismal do rio .. . Rompe com os seios virgens a renda ·· Flórea e tênue das águas. . . Emerge o corpo frio. ·\ E olha em tômo. . . Tem malefícios no olhar. . . Lento, cadep.ciado, um remo fere as águas . A Yár~ canta.. . Embala saudades lendárias. . . O remo pára de remar! .. . Olhos verdes de Yára. ... assombramentos do Rio Mar! , N. iL - ·tste ~oêl:l'l.â tot declamado peia professora. ~sie Soares, na festa litero.-musical -realizada à . noite de 4 de maio de 1956, no Teatro da Paz. (

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0