Revista da Academia Paraense de Letras 1957

J ,,, REVISTÁ DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS; 17 A um lírio peregrino -de– RODRIGUES PINAGÉ Saudação à amantissima esposa do Dr. Peregrino Junior, Presidente da Academia Brasileira de Letras Senhora: Recebei, da mulher paraense, êsse beijo de paz, que se depõe num lírio, dessa paz que transluz na lágrima de um cirio, ou na tez virginal de um lírio amazc;mense ! . Recebei, compassiva, a sincera homenagem que vos presta o Pará, vibrante e respeitoso; Saudação que se estende ao vosso leal esposo, pela honrosa visita a esta humilde estalagem. A êste Centro de Luz, cujo fulgor se obumbra, ante a aurora boreal do escritor peregrino! - Sol, que veio aclarar meu Estro sem destino; Floração cultural que re!llOÇa e deslumbra! 1!:sse beijo de paz, que em poesia vos trago, tem o mesmo esplendor dilucular das alvas, quando a Vitória-Régia oferece, nas salvas, o aroma que inebria a alma quieta do lago! Tem a essenc!a interior de uma graça pedida, no silêncio de um templo, onde a crença recende, dêsse amor imortal que vos honra e vos prende, na razão de viver, quando é feliz a vida! É a poesia da gleba estonteante e selvag~~• na estrutura insular da mais vasta plarucie; É o Cruzeiro do Sul, banhando a superfície e incrustando no estuário da luminosa imagem! Vêde! Como roreja o consórcio das ilhas, onde o Uirapuru rege a orquestração do Poente, à hora em que, contornando a mataria olente, o caboclo contempla o Harém das Maravilhas! Recebei do meu povo esta justa ovação, - P~otoplasma do amor fraternal - que dimana da mais santa renúncia - em Severa Romana; · do mais nobre heroísmo - em Hilário de Gurjão!

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