Revista da Academia Paraense de Letras 1955

100 REVIST ,\ DA ACADEMIA PAR \ FNSE DE LETRAS DR. PINTO LOBO 1astutamcn tc) - Entiio, a fcllclcl:1dc dos seus. e d_os outros. n preocupnvn em M:ila ndeun ? J OANA - Preocupava. . . _ DR PINTO LOBO (exultante) - N~sse caso, a senhora não era lntc,ramcntc f eHz. A felicidade n ão comporta preocupações 1 (com um perverso r iso de triunfo nos drs. Luiz Ra ul e Xa vier Vale) . VcJnm vocês ! Nem em Mlandeua há a !ell– oldndc ln tegral ! JOANA - Perdão ! Eu tinha n minha felicidade, eu t inha a mtnhn pnz ! Essa dô~e paz me aq uecia o coração ! f: claro que eu desejei, desde logo, nos meus e aos outros essa compreensilo, essa qutctaçáo, mas não sofria , por Isso, pois os snbta capuzes de a adq uirir, tnn to como cu ! Reconheço que n no clelxavn de ser u mn tn– cc.mi ,rcenafio m '.n lla eu desejr.r impôr aos outros a feltctdade que me acontecera ! Isso não significa q ue abandone n idéia do convencer, mas nunca de impôr . Todos buEcarã.o e t odos encontra rão Malandeua, um dia! Todos reconhecerão um cita n ver– dade de Ma iandeua ! Todos t êm o seu dia de encon trar Matnndeua ! Ninguém pode. ninguém d eve obrigar a ninguém a lutar por um bem-estar de que nlnda n!lo sen– tiu u ln tf:lra necessida de. a mais sentida necess!dade. DR. LUIZ RAUL (triunfante) - Está ai ! Está a i ! Que magn tflca com– preensão ! Quer você ma is Justa , mnts acertada, mais esclarecida visão das coisas do que esta ? Onde estã o perigo dêsse entendimento tão perfeito, dêsse sen tido tão lúcido, tão alto, d e paz interior ? DR . PINTO LOBO - Mns, se Isso fôsse Ideal, homem de Deus ! Em teor ia, sem a prática ! Mns há a prática,! Ela não obriga n plnguém I Não tmpõe, ma3 pro– cura con vencer ! E os que q uiserem seg ui-ln ? E. depois, deixará eln própria d e Ir ? Não delY.a, de certo ! E n üo será Isso um sulcidlo ? Na tura lmen te I E vamos perm itir que ela ae su :clde. podendo lmpecUr ? Não vamos perm it ir ! Niio nch n d r . Xa vier Vale? Não podemos permitir (os três en t retidos na discussão, dão as costas ii Joan a, e vêm a té o primeiro pla no . Joa na , q ue está Jun to da porta ao fun do, des– liza rápidamente para fóra . Ouve-se, a seguir, um barulho de çorpo caindo nàgua, o:rttos : Fugiram ! Fugira m ! ó gua rda ! ó guarda ! Lã vão I Lã vfio ! Gritos tntn– telivets. Correrias pelas ponLes . Dois t!ros de revolver) _ DR . PINTO LOBO (volta ndo-se) - Onde estã Joana ? Núo disse? Foi-se 1 (gr ita ndo) . E o guarda da por ta? Que é do gunrdn da por ta? cou ve os tiros: pre- - cipttn-se para fórn, gritando ) Não atirem I Não atirem 1 (desaparece, porta ao fu ndo; o guirda-clvll np!lrece, pálido, porta á esquerda , córrendo) _ GUARDA-CIVIL - Diabo ! Distrai-me lá dentro a beber café (sat. porta ao fu ndo) . DR. PINTO LOBO (entra sucum bWo) - Eu não dt 811 e? o guarda da porta aba ndonou o posto. Ela aproveitou a nossa distração. E foi-se ! E levou alguém com ela ! (Lorla na, mãe de Pedro, entra desgren hada e enfurecida). CtNA V OS MESMOS E LORIANA, MAE DE PEDRO LORIANA - O Pedro I O Pedro foi também ! Aquela desgraçada levou 0 m eu filho ! (Pano rãptdo J FIM

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0