Revista da Academia Paraense de Letras 1955

t• I .,, REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 89 MA.IANDEUA (Peça em 3 atos de LEVI HAL DE MOURA) J, Magnífica re11ortagem de FLAVIANO PEREIRA n"'O Estado do Pará", jol'nal pa1·aense, sôbre ã Vifa dá Bal'cà, ll!ll dos moc_a~b~s à~ Be!ém, 11ropOl'CionÕlÍ ao i u.tór º· am– biente pl'op1c10 a açao deste seu trabalho. Por isso aclja– se o autor na o~rigaç~o, a liás n ra~eirosa, de l!_gª'r aqui, ao seu, o nome elo Jornahsta col'ajoso ,autor ele tao cotµoven– tes e sugestivas linhas sôbrc o sing·ular e abanêlona<lo r e– canto da cicla de da politica e da misér.ia ... (PERSONAGENS) (Dis tribuição pela ordem de entrada cm cêna) COMAD&E NOCA - 40 anos.· Magra e clara . Estatura regular. COMAD.RE COLô - 50 anos. Magra e escura. PEDRO - 13 nnos no ato primeiro. 20 anos no Segundo Ato. VIZINHA RAIMUNDA - 40 anos. Gorda, clara e baixa . VIZINHA LUIZA - 30 anos. Morena . VIZINHA SABA - 50 anos. Preta retinta . MATIT,DE - 15 anos. F ilha de comadre Coló, afilhada da comadre Nóca. JOANA - 18 anos. Filha da comadre Nóca. LORIANA - 40 anos. Mãe de Pedro. DR. PINTO LOBO) DR. XAVIER VALE) - Quarentões. Médicos legistas. DR. LUIZ RAUL - Advogado. 37 anos. Jornalista e escr'.tor. - Um guarda-civil. - Outras vizinhas, outros guardas - civis. curiosos. crianças. repórteres. --- !':?OCA: 19H ATO PRIMEIRO (In terior de uma barraca de madeira na Vila da Ba rca, subúrbio de Belém cto Pará. A vila foi Improvisada pelos próprios moradores, exatamente em cim a dos man gues da baia de GuaJarà . Teve sua origem numa ba'rcaça (dai o seu nome) fóra do serviço, que estacionava naquéles mn.ngues, e ond~ la pernoitar, por falta de casa, uma grande parte da Imensa miséria, ambulante de Belém : mendigos, mendigas, meretrizes, Jornaleiros. A necessidade de expansão engrendou a vila, lllªs com casinholas tão Inconfortáveis como a própria barcaça. O Interior da ba~raca é paupérrimo. Três cadeiras de pau . Uma mesa encostada à parede. FOihas de revistas com retra tos de artistas de cinema e passagens de guerra. Ao fundo é o. entrada da hablt11çào. Avista-se o mangue, pela porta aberta . Os açalze~ros. As pontes tôscas, sôbro a lama, ll~ando as casas ~ tempo das marés grandes, das cha – madas marés do equinócio. O mangue está cheio. ouve-se, no decorrer de todo o ato, o perene escachôo das ondas, cio encontro aos pa11s que suspendem, como pHlafltas, ns barracas cto solo e cto lõdo. e dó-lhes apa.rêncla de babltações lacustres . No dec91rer de toda II aç!io do primeiro 11to, percebe-se. 11110 i;ú II luudu d11s vugas. ba tenqo monótonamen te, Ia fóra, conforme Já ae disse, comu, e por multo temp? , at é aproximadamente o melo do nto, eacuta-oe um canto tds t~ t.le vlolelrus e m~• slcn de violões que vem cio ma1·... )

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0