Revista da Academia Paraense de Letras 1955

-'70 REVISTA, DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Escrevendo sôbre Lauro Sodré, o Ilustre professor Mnuriclo de Medelros. seu nmlgo dos mais devotados. assim se p ronunciou : "Em tõdns as lutas posteriores da agitada vida d a primeira Repú– blica, !\ posição de Lauro Soctré nunca variou. Esteve sempre ao lado do povo contra tôdas ns formas de tlrnnla . sempre no Indo dos fracos contra os poderosos. H ouve um episódio que Jamais ficou b em escla– recido : Sua participação na chamada revolta contrn, a vncln" obriga– tório . Ainda ai, Rdmltlndo mesmo que tcn11n s ido simplesmente a ren– çAo contra 'essa lei o móvel un revolta. Lauro Sodré cstnva coerente com · ns s uas Idéias, com a sua filosofia. , E o êrro dos técnicos se tornou evidente àquêlc csplrlto sensível que foi Roctrl~ucs Alves, pondo de Indo a lei e deixando a sua execu ção para qunncto o povo estivesse melhor , ., preparado p aro. cln. E n vc rdndc ~ que chegou n vRcln n i;cnorallz.at1n.·, corno resultado cio propni:anda e n ão como medida compulsória. lJn– posta pela fôrça e pela vlolêncln... Promovido u Coronel rm 5 de ,Ígõsto de 1908 n D r . Lauro ::;odrê teve ter– minado o seu mandai o de! Senad or pelo Distrito 1'"':S'eral cm llHl. sen<Jo em' Ja– neiro de 11!12 novamente eleito Senador, desta \'CZ p elo aeu Eotado, qu e assim -..tv>µeT"ava a 1n~ueti,:.à df' ·~11tei:i. Eru ~g;ôSl':' {1êm:"' -ano de 1912. :1nó~ 1 ..tmf' long'l ~u– r.ênct'l. volveu o ·Dr. L-q tiro Sodrti ao Parn, find e, por essa or~slao, ctesenrole.ram-09 gi:en;~ nc'ln teelmentcs;- que se rem11 tqre_m com o ofP~Iam ento doflntt.Jrn do Se– lHd0• 1.-emoe ele tôctas a;; poo!çõea polltlcas que oc upara no Eotatlo durnnte ma:ls d e - 15 onos. Os acontecit11e 11Los d e 29 e 30 de nu:óst.o de 1912, t.01na11do fclçú.o rcvoluclo– llárll\, levaram o povo à prática d e condenáveis excessos, tais como o empastc– h mento cio grande e magnifico Jo•nal, que era "A Província do P a rá", cujo edi– fício foi destruldo pelo povo, sendo também Incendiada e saqueada a residência de Autonlo Lemos, o velho político a que111 a Capital paraense multo rlcou n dever no seu embe lezamento e prog resso urbnnistico. Em maiores e mais lamentáveis teriam sido êsses excessos, não fóra a In– tervenção generosa de La uro Sodré. que, falando ao povo amotinado, a exigir o linchamento ele Antonio Lemos, libertou-o da fúria popular. conclamando : - "Quero que êle fique protegido à sombra da autoridade soberana do povo pa– raense". E d a ndo o b raço protetor ao velho e encarniçado Inimigo, ao lado C i– priano Santos, então diretor ela " Fôlha d o Norte". conduziu o chefe d ecaido il residência de s ua familia, por entre as aclamações e respeito da mul tidão antes enfurecida. O EXÉRCITO E A PÃTltIA NA PALAVRA DE LAURO SOOR1': Sociólogo e pen sador, La uro Sodré não foi em sua vida públ!ca. apesar d e culto o!lclal do Exér cito, um militarista, tendo provado Ist o em varias fases de sua existência agitada e gloriosa. E ntretanto. no observar a si tuação com que se apresentava, em d ado m omento. o cenário político nacional, o paraense Ilustre n.ss !m se pronunciava, e devemos. na nugustinda horn presente, relembrnr as suas palavrns e os seus consPlhos salutares e patrióticos : _ . . "Acreditamos, porém. que no meio d o descalabro em que vao as coisas pu– blicas de nosso pais; quando a lepra da corrupção invade e desfeia os caracteres: e o Govêrno para viver mete mf,os criminosas nas arcas cio tesouro, e às escan– caras, aber tamen te e etnicamente, t raflcA n a feira das consclénclas que se n odôam com o aztnhavre das moedas; quando os provinolas. entregues à exploração ver– gonhosa de uns vis mercenários, p ara os quais os cargos ela ai ta aelmlnlstrnçã.o são meios certos de enrlcnr, p erdem a confiança do poder central. e fmgna pela sua auton omia. ameaçando desmembrar o Império: n êssc verdadeiro montão ele r~lnas. nêsse cá_?s medonho de lnterêsses Inconfessáveis, de atentados contra a le i. d e depredacocs ela F azenda Públic"-, d e çtignidadelj que se aviltam: nêsse maré ma.,rnum d e podrldôee e de vícios. o Exércltçi, e só éle. como classe, a lentado pelo patrlot\smo, audaz pela consciência ela sua fórça, tem a ousadia de enfrentar com os governos corruptos". (La uro Sodré - ~.rti,;o publicado no "Liberal do Pará••, e~ , / ded dezembro de 1888, cm defesa. do M•.nllesto Republicano a resposta às c n , e~.s o Conselheiro Tito Franco). E O genial condutor d a memorável campanha civilista, Rui Barbosa, também ao Exército se reteria nestas palavras que devem Inspirar a fé cios nossos cora– ~?;;~•0 nes,tar ~.ora notóriamente crepuscula r para o partidarismo que vem condu– clamo/ d n e •cl_tancto a R epública n êstes últimos 25 anos, ciclo amargo em que 0 brasileiro 8 ang~stla popular val aumentando, Impressionante, e de que todos os somente !sªtte am por sair, sentindo_ a Nação que, diante da cegueira facclosa, " A vl l ~ças Armad_as nos poderao libertar. Ouçamos Rul Barbosa: - N eª . o Que nos somos; a vida é o que o Exército é. nacionalº· i~ército, e no abolicionismo está condens?dll e identificrrdn a vitalidade sorvnçil.o ·P e represent a o que resta da honra e Integridade da Pntrla, a sua con– sua fórça" º cJcu futuro, n. sun lnteligõn cla e o seu brio, n su a abnegação e a Abollcionist tscu~so do, Conselh_eiro Rui 13:nbosa, no " m ectln,;" da Confederação fJ a, no Rio, a 28 de agosto d e 1888). tido t~mtpeg1po de terminar. escusando-me. como um gra nde orador, d e n !í.o ter para ser mais breve ... o

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