Revista da Academia Paraense de Letras 1955

G4 REVlS'rA OA ACADEMIA PARAENSE OE! LE'l'RAS ~õbre a região. e que a c lassifica em trabalhá recente de "um esoaço troplca1". isto pelas suas características geo-flsicas - que a aproximam das Aree.s estu– dadas pelo Prof. Pierre Gourou no seu livro consal?l'ad? "Les pavs troplcaux". semore foi oor nós considerada como a promissora. reelao do futuro em que se fixarão as llndes da nossa emancipação econômica . Seu nome. seus rios. suas lendas exerceram sempre sõbre o espírito dos homens estudiosos do Sul - dentre os ouais sou o mais obscuro, uma atração quase irreslstlvel. Dlr-se-la uma verdadeira fascinação. a que talvez não seja estranho o suave encanta– mento das três mil ninfe.s chamadas Qceànidas, e das clnouenta Nereidas. entre as quais Anfitrite filha de Doris e Nereu e, netos de Tethis oue era filha d o Céu e da Terra. - Isto seeundo a rnltoloaia ereeo-rom,ann . . . Dai o entusl?-•mo com que aceitamos. em setembro de 1953, honrosa missã<:> que nos permitiria. conhecer êste rincão futuroso do Brasil no que.! se compreendem cérca de dois tercos da extensão territorial. mas em que apenas habitam oouco mais de 1.16 do ·total da população brasileira. ou seja cérca de três mil.hões de criaturas I E nosso embeveclmentr, foi ir>tegral. oara o que. c.erto rr>nito contribuiu essa Pm– pol.,eante ctemonstração de fé que é anualmente em Belém a procissão do "Círio de Nazaré" à oual assistimos oouco depois de nossa chegada. ,'Foi ao Pará parou . . . Tomou assai ficou ... ". diz a lendP. popular . E realmente. o Pará nos prende e ~eduz. E esta linda cidade de Belém. constitui o pórtico magestoso. à augusta metrópole de tôda a ,região amazônica, tenclo sido de,qui oue desde 1616. apôs a chegada de D. Francisco Caldeira Castélo Branco. partiram as grandes iniciativas de nacionalizacão, de d esenvolvimento e de colonização que se estenderam, subindo os afluen tes do Rio Mar, e dila·– tando ousadame nte. patriõtice,mente. às fronteiras da Pátria . E. nestP oonto, ouçamos o oue nos ensina o excelso historh,dor Arthur Cezar Ferreira Reis : "Em 1616, janeiro, chegaram ao delta os lusos-brasileiros. Chamamos luso-brasileiros " ésses novos pretendentes à Ama;zônia. É que dêles partici– pavam oortugueses do Reino e portu,iueses do Brasil, isto ê, os mamelucos que se fundiam no nordeste no cruzamento do reino) com a mulher indieena. Francisco Caldeira Castelo Branco comandava-os. Er2. um heroi de episódios marciais e de episódios pacíficos de iiovêrno no nordeste. Vinha. justamente nesse momento. da luta sustentada contra os franceses instalados no Maranhão". "A che<!'ada ao delta. Castelo Branco lançara os fundamentos d e uma casa– forte. o Presépio. P, cuja sombra se começara um núcleo urbano. Santa Maria de Belém. A re11;ião recebera o nome de F e liz Lusitánia . Nos primeiros tem– pos, além do estrangeiro ousado, mas pioneiro. ho•,vera necessidade de a,:ir , com enereia. sôbre a multidão selvagem. Os Tupinambás. que se estendiam ao Maranhão. onde se haviam Jiga.do ao franceses. r eaglndo, num pronuncia– m ento d e larl?a envergadura. fot·v,i tratados drástic,.mente. Assaltando o Pre– sépio, estiveram a pique de tomá-lo quando seu chefe. o famóso "Cabelo de Velha". 0 11 e oenetrara no estabelecimento. caiu v itimado pelas armas dos de– fensores do fortim . Por fim. batidos em outros encontros. 2.ouietaram . Venci– das aque las dificulda des Iniciais. foi passivei penetrar à hinterlãndia . Essa penetração. de certo modo rápida e de efeitos surpreendentes. Porque, sem medir perig os, tend'l como i?uia e colaboradora e ficie nte a gentil.idade, ame,n– sada o ela acão dac; Orde ,,c; Re lieiosas. n~ lusos-bra~ileir"s ê-tingiran, áreas que , pelo Trat:?,do de Tordezilhas eram. pos itivamente. de Espa nha. ampliando dessa maneira. o impê rio colonial português na América e portanto o Brasil, em menosp'ré>o da soberania espanhola . Diz-se. por isso, que nessa irradiação con– t inuada. incessante . vitoriosa, os lusos-brasileiros empurraram a Crontelra, levando-a para muito lon'{e dos pontos em que devia passar o meridiano con– vencionado na Enrona. Está certo. porque rea lment e. assim sucedeu . "Entre 1637-39, Pedro Teixeira. que já se dis tinguira ne. luta contra os intrusos hola ndeses e ingleses. a mando do Governador Jacomc Raymundo de Noronhp, subiu o Amazon!ls. Atinguiu Quito. no Eo u!\dor. No re i?resso. plantou os 1narcos de u1na nova fronteira do Brasil oue nascia. na área amazónica, fun– dando um povoado, a Franciscan.i. e fazendo lavrar têrmo próprio, em pre– sença de autoridad es relig iosas e milit2.res espanholas que o acompanhavam na baixada. Com a façanha, abrira aos q ue viviam até no d elta o caminho do Oeste. Sertanistas. missioná rios e trooas de ,?uerra subira.,, o Amazonas. o rio Negro. o Japurã. o Tocantins-Araguaia. o Xingú, o Tapajós. o Madeira, ligando a Ama, ónia ,ao Brasil central e a Mato Grosso, o nde o bandeira nte paulista descobr.a ouro. "A conquis ta, promovid;i com êsses elementos, é tempo d e esclarecer decorreu d e uma politi_ca em_anad a de Llsbôa . Não se processou. dcstartc, pel; vontade isolada, pela tnlclativa dos colonos autoridades d e Belém . Decorreu. Insisto. de um programa de ação executada. com decisão e ,:1alhardin. Em Por– tugal decidira-se ampliar o Brasil, ocupando as áreas interiores. Quando por isso, em 1713 e 1'750. pelos t ratados de Utrecht e Madri. os portugueses ~ego– ciaram com os franceses e esp2.nhois sôbrc os limites d os r espectivos territó– r ios. ag11clas partes QUC havimn sido desb1·avadas e ocu1.wdas fi,.ara,n fazcndQ pal'te mtcat,mle do Bnu;ll que comc<, ;a.va u lo1~..it consci{:n1;ia nac1om)l,

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