Revista da Academia Paraense de Letras 1955
Ó2 P' l:s, REVISTA DA ACADEMIA PA'R.AENSE DE LETRAS • LAURO SODRÉ, A AMAZONIA EOBRASIL de JAYME DE VASCONCELOS (Discurso proferido pelo ac:idêmico José J:iym e Ferre ira de V:tsconcclos, na Aca<Jcmi:t P:ira~use de Letras, a 815155). Senhor Presidente da Academia Paraense d e L etras Carlssimos e eminentes confrades: Elevando-me a l;onra ins ig ne de o cupar, n este fulgurante cená culo de Cultura Paraense. a cadeira de sócio-correspondente aureolada pelo nome g lo – rioso de Lauro Sodré, certo olvidastes a carência de méritos do e leito e con– victo estou de que a f idalguia do vosso gesto foi motivada pelo propósito con– fraternize.dor de homenagear a Academia Matogressense de Letras que tem â !rente D. Aquino Corrêa, Príncipe da Ig reja e Príncipe das Letras Pátri~s. E êste o a ltíssimo sentido que d eve te r a minha presença nesta tribuna: um vosso generoso passo na obra, dia a d ia 1na.is necessária. da confraterni– zação entre os home ns de letras de todo o Brasil para nós notadamente entre os do Pará e os de Mato G rosso, pela vinculação dos desti nos da área 2,mazônica. R esponsáveis, perante a História. pelas cousas do pe nsamento contemporâneo nos nossos respt!cuvos , no!> os Jne 111oros das Acc;1oe1u1as de L etras ben1 poucc, conhecemos do que se passa fora den tro do Brasil. mas das zonas da nossa direta atuação. vivendo como que em compartimentos estanques, de onde unicamente conseguem escapar e t ornar-se conhecidos os mai~ telizes, os que são ·chama– dos pela fortuna a escrever e atuar no grende ce ntro privilegiado que é a Ca– pital da Re pública. E aqui mesmo, em Belém. temos disto a confirmação plena. quando, observando o meio liter á rio, constatamos, por e ntre as excla mações 0 2, nossa surpresa, que daqui subiram à imor talidaae nacional, escritores em cuja produção livresca o número d e volumes supre não raro. a valia intrinseca das cousas escritas, deixando, num incompreens1ve l olvldo. ignorados d os g ran– des centros monopolisadores da rama, génios verdad eiros e excepciolÍais, con10 o da ma.gis tral cantor de "Brasileis", cuja abra confessamos contrito, sómente aqui viemos conhecer . e admirar, não hesitando em classificar o poema admi, ràvel de Augusto Melra entre as obras primas de valor imperecível, que o é, realmente, aquela "Epopéia Nacional Bra.sile ira", na qual os fatos gloriosos da história são decantadq,; em grandíloquo e épioo e3tilo, revel'8dor de u ma vasta e variada cultura histórica e hum2,nist1ca que permite ao autor do poema at1rmar com segurança : ''.A pa tria deixarei que . no meu verso, Irmao na duraçáo, encha o u niverso, E realmente, nas vanos cantos do magistral poema, os feitos memoráveis da H istória do Brasil destilam altaneiros, engrandecidos como em t e la do "cmema-Scopp" tais ali encontramos, nós de lv12,to Grassa, as pugnas heróicas da guerra ao Paraguai nas numerosas páginas evocadoras d a q uela campanha ionga, e sang re nta, em que paraenses va 10rosos como o G e n-GurJao se destaca– ram, e co1n os s1tios ta1ados pe los invasores mencionados, e até. os norr1es dos nossos inesq uecíveis he róis. '•J:Srasileis ' - e aqui fica a sugestão d o meu culto pela Bela e do m eu patr1ot1smo - aeveria ter uma eaiçãa oticlal feita pelo G u– v~rno, com a preciosa ass1sténcia e rev1sao do seu genia.l a utor, que, graças a u e us , ainda vive, para distribuição como prémio aos estuaantes ae h istória u a e literatura dos ginásios, colégios e faculaades de le tras d e todos os Estadas, pois esses estuda ntes ali melhor e.prenderiam a g loriosa epopéia d e nossa .111stó1·ia 1 A humanid ad e atravessa, mais do q ue nunca, umz fase q ue se caracte– riza_ por um in~erior sentimento de materialismo envolvente O dissolvente. o "ex1sten ~lallsmo' , d e Sartr~, p1:ocurou guindar êsse sentimento inferior, que é a _ nega?ª? de tôda a esp1r1tua_hdade , e_ uma. nova filosofia das modernas gera– çoes. E esse sentida, d e notór,a_v ulgaridade, alcançou as belas-artes e as belas– le tras, dando-nos essas a.berra~~es que negam os principias de estéticas nos moldes clássicos em que se ex1g1am dos artistas, - pintores, escultores, p oetas
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