Revista da Academia Paraense de Letras 1955

56 RRVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Moço, ainda, Or lando ;Lima concluiu o seu cu~so de medicina, com bri– lhantismo notável, demonstrando sempre muita predileção pela clinica ginec·o– lógica e principalme nte obstétrica, que o tornaria mais ta rde, um dos maiores obstretas e ginecologistas do Brasil. Formadó, veio exerce r a sua profislão no Pará . te rra cio seu nascimento, que assim se orgulha de lhe haver sido berço. Os hospitais paraenses lhe ;ibrirn111 as portas rle pa r e m ti.ir, Ol'1'1-tlhosus ele rcccb~r o, jo;,-cm cscul.\pio. que j:\ c,nliio. honra vu a 111cdícinu. .A Sa11t.1 C:isa ele MiscJ'icorclia. llOrém. íoi o 1Ulci;o de. toda:; M :,uas inv~i;lii;açóc:; clt.,11llíic.i~ e cios s<;_us lr«balhos profi~~iu– uais. Cr hda a m a tcn1idadc, a uJrclor)a ela Santa C.os :i soube g,1l:1xdo,1r o 111é- 1ilu, cunfiauuo-lhc a tlirc,au Llaquclc itn'porla ntc selo, d[l mellícin.i no concei– tuaUu uo:-;ocon,io p;1r~c1t:~r. Os seus trabalhos na Santo Casa de Mis~ricút·dia. sà o ele tal n1ur1,, cxccpr ;i.uu ais. que cstõo a c:-.~ii- a ç rc~;\o c.lc un, huslo no sal;10 nuhrc daqu-::1~ institu.h.;fio rlç carie.Jade. nã<J so1ucn lc con1u UJlla honra ao 111é rilt•, como um p reito de j usliç;,i, m,1s ta111hém COlllO u111 exemplo tliguifican– lt- do ;,1111Jr ao LraboJho e à inslilLúç:lo hcr1c111érita qu<; o vi rtuoso bispo tio p,.. r,;\, lJ lr L"ci C;,ctnno Br,11ir1f\fl. in,plantou entre nós. co1uo un1 fi\SJ{V h~rf,icu do ·, u gr;u, rie espirito infiuHa,11c11le uçistiiQ. lrrnriiando da Santa Casa os seus altos conhecimentos científicos, Orlat>do Lima rez-se notável na s oeiedacle médico-cirúrgica do .E'at·á, nas revis tas mé~ dicas do Brasil inteiro, no mundo cientifico brasileiro, dentro e fora do B_ra– sil, prineipzJ.mente na República, Argentina, na França, em Por tugal, tor– nando-se de tal maneira notável que ainda moço. já se honrava com a sua e ntrada para a Academia Nacional de Medicina ,onde só pon~iíicavi\m os v ultos de real grandeza, como Miguel Couto, Julian_o Moreira e F,ancisco d.e Castro. ' Criada a Faculõade de Medicina e Cirúrglca do l'aní, pelo esforço hér• culco de Camilo Salgado. Barão de Anajâs, e outros pioneiro; dos estudos da Mcdic,ína paraense, foi Orlando Lima chamado a ocupar a cadeira de clinica obstétrica que sempre dcsempenhoü com o aprumo edificante, proficiência ra– ra. dedicação ao magistério que o to,naram mestre primoroso entre os demais professores daquele instituto superior de ensino. Além de mais; poliglota de inumeros recursos, versava muito bem e fluen– temente os idiomas francês, italiano, alemão e espa nhol, o que lhe permitia fácil contacto com outros nomes de cientistas llustcrs, com os quaeis se cor– respondia, colabora ndo outrossim. algumas vezes nas revistas e jornais es– trangeiros, Ludo assim lhe permitindo ma iÔr vul~o• ao justo e prestigio de que já gozava, e ampliando a projeção da cinêcia médica brasileira, a través das fronteiras da nossa ca ra Pátr ia. Quando busquei e nlre nós, acudir ao apê(o dêsse outro grande brasileiro, q ue é o dr . Ivo lino de Vasconcelos, na Capital da R«jpública, para criarmos 0 Instituto Paracnse de História da Medicina, filiado à Federação Nacional de Estudos congene res, enconirnmos em Orla ndo Lima a bôa vontade e a dedi– cação apostolar com que ele sempre rece beu as iniciativas cientificas, relncio– nadas com os estudos médicos. E lã o tivemos, confiante e apostolar, desde o inicio daqueles IJ•,,hallws na r e;1iao pa raense, no lado de Acilino de Leão, Má– rjo Chcnuunf f' oulru:, Si111rfosos 1nédicos C]Ue jfl tiveran 1 cortado o fio do ,·ida, para ti í!-llcza n om,n, uws n.io pari., clcsan11no 110;:;so , pornuc são vultos cujos tra- 1,alhm;; fica1·an1, ín1pc rcd vt. lJncnl c ,;n1VtH.lo~ uu 1nc111úria q 110 cu(n<;üo tlo povo pnrac nsc. Como cir urgiao, os seus trabalhos foram sempre dos mais ,,prcciaclos; cul– to, elegante, conscic ncíuso, o seu bislul'i niio linha scgrêdos, quando :;e tra– t ava ele- salvar uma vJCla ou melhor, de ~ui var duas vidas naqueles momentos ansiosos em que urg ia uma opc:-ração cezariana, diante de uma senhora, em tra balhos de p a rto e de um lê lo que aspfran, viver e se tornaria mais tarde eleme nto valioso na formação da sociedade brasileira.

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