Revista da Academia Paraense de Letras 1955

o REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS • 55 o R L A N D O L I M A De AVERTANO ItOCHA A o recressor e1n julho cio a no pas.so.do â te rra pnracnse, depois de alg uns dias de pcrmanenéia na cidade do Recife, onde fõra tratar de as~untos rela tivos à Pedagogia e à Medicina, tive d esde logo, a brutal noticia do desapar ecime nto te rre no de Orlando Lima , figura ímpa r na Academia P araense de Letras, be– lelrista notável, escritor de raça , que se tornou conhecido em todos os setores da intectualidade brasileira. · Acabrunhante pois me fõra essa noticia pela pe rda grandiosa que sofre u o Academia P a raensc de L etras, porém m ais aca brunhantc ainda fõra aquela terrível notícia, por ter eu conhecido Orla ndo Lima quando ambto5 em a nossa segunda infância cursavamos o antigo Liceu Paraens e. hoje Colégio Estadual P ais de Carvalho, situado ,i Praçn Salda nha Mari nho. oulrorn La rgo do Quar– tel. onde palmilhava111os as mesmas salas ele es tudos com u ma idnc Uca flnali• Úade , a de ser úteis â nossa Pá tria, à l"an1lUa e à ~001e dullc . Entre os anos de 18!15 a l !IUU, realmente. rnalncula dos no Curso l ntefral do antigo L iceu P araense, cultivamos os nosso:; primeiros e ncon tr os na seara das let ras e das clencias, cuja exten são O nosso cerebro ain da inflantil não p o– deria seque r perceber. Orlando Lima cursava eu tão o primeiro ano quando eu me m atriculara no segundo, se n ão me falha a m emória. Outros foram os seus companheiros de turma e ntre os notáveis de sua época : Gaspar Via– na, que teria de ser um dos sá bios precursores da medicina experimental, sob a diroção proficiente de Osvaldo Cruz, e t ão cêdo desa parecido; P edro da Cunha , o cardiologista emérito yue afinal fix ou domocilio na Capital da Re– pública; Gastão Vieira, o a preciado cronista da "Folha", que se notabilizou no jornalismo indígena; Sulplclo Be ntes, o obstreta afamado que ainda hoje p on– tifica entre os maiores da clinica paraense. Um ou dois anos mais adia ntado que Orla ndo Lima , outros foram os meus companheiros que neste momento recor do como um ve rdadeiro preito de sau– dade e a minha sincera admiração. Entre eles : Dionisio Ausier Bestes, o go– vernador ilustre que com alto e levado tino administra tivo promoveu uma ver– dadeira "revolução branca" nos cos tumes m al orie ntados da adminis tração pú– blica; Afonso Mac-Dowell, consagrado tis iologista , que ainda hoje glor ifica a m edicina brasileira, na Capital da Re pública; o ge neral João Berna rdo Leba– to Filho, escritor ilustre e histór lografo consciencioso, reformado n o posto de Gal de Divisão, além de muitos outr os igualmente expoentes das ciências, das le tras e das artes nos vários setores da rc presentnçiio brasileira . Orla ndo Lima dentre os contemporâ neos, se des ta cou pela s ua aplicaç,io ao estudo, pela verticalidade das suns atitudes. p cl~ ~i:1:ud cz q ue já clc111011s – tra va e111 tenra idade, pelo seu a 111ôr ao trabalho e uobre tudo v ela sua cla ra e brilhante inteligência. Te rminado o seu curso de huma nidade, seguiu o jovem Orlando Lima p ar a a Ca pital da República ,onde se teria de forma r em Medicina. Por meu tur– no jâ eu havia seguido também, pa ra a Faculdade de Direito do Recife , idea – liza ndo formar-me naquele ramo das ciê ncias huma nas e receb er por fim, como tive ocasião de fazê-lo, o gràu de bacharel cm Ciências J urltlicas e Sociais, de que até hoje muito me honro. II Passaram-se os anos. No caminhar da vida cada um vai seguindo o des– tino que lhe é assinalado pelos fados sem que nós possamos, muitas vezes, in– te rvir nos m otivos determina ntes da quelas ações que à primeira vis ta , pa recem voulntárias.

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