Revista da Academia Paraense de Letras 1955

44 REVISTA DA ACAD'.EMlA PARAENSE DE LETRAS Através daquelas fantasias Ingénuas e primitivas, que caracterizam a psiqué do Mahometano, transparece a f ilosofiz. da vida, nas suas razões mais transcendentes ; fulguram os " porquês" dos acidentes ps icológicos, e as inson– dáveis causas primá rias que muitr.s vezes nos reve lam as rotas dos destinos. A sabença e a experiê nci;; dos fakires iluminam sempre com o clarão da verdade, as cenas cheias de pitorescos e animação. que a linda soberana. com– placentementc. nos serões do palácio de Teéra, narra ao rei e à sue, irmã Dini... zarda com o intuito do rctal'Cl:u· a o.xocuç;io elas condenadas que pre tendia salvar. Rinski Korsaltoff, o ill'.;tgnc cu11•J1o~ilor sJavu. 2,u lor do poema sinionico "Sadkó" onde es tá a ad.luü•a vcl ,;,,H!\;do tia J.n tlia, 111elotlia cheia daqueli.1 lri~tezu que tão retrata a paisagem i11d u&lá11ka1 lt.a.l,1Li1da pur uma ra~a a u:ílica a f a ta– lis ta, - trasl~dou para tun a suúonfa, a,, his tória& imagiuosus tle Sch cruzatlc , E foi feliz na s ua composição mus ical. .e o Oncn lc, quo ouvimos nus &ua3 dolentcs m elodias, tôd :,s exprimindo 1mn1 fklc Uúatle, :,\ u11ilurmc p '..lc;,ia, meiga e- sentimeulul, <Jue ti fc i\·.io própria tl t í oJJc.Jurc ára be. J\r;, Jo.nGas viagc11s de ct:u·c.van ,.s. ç,,,u cnn1clu:J, p~li.lS 11r ci11s :.,~111 f u n , eu 1 que os bctluiuos, para se 1;unsu):U'e1J• da e"\ rt;Jll;A soliçliio, vf10 toca 11ilu oo 1,e ut. piíanos, t.1u111a toada cbt:J:i de 111s::li11H.:0J~t,, p ttn :!CC !iCl ' de !atu, n C:J.'Ü't;lt'I t.lc: ,.:..e eL– tJ!<."', 111··.vio.s1 J e l.l'isto11ho. As narrativas de Scherin.ide t.êem qualquer cousa de vers ículos da Bíblia, pelos exemplos morais ; mas uma Bíblia pitoresca, se querem que a alma do homem é s urpreendida com tóda z. s ua nudez de cobiça e de paixão. , . O "TAJ-MAHAL" Outra relíquia notável é o "Taj-Mahal" , - túmulo mais rico do Orbe. Está situado perto de Agra, na índia, às margens do, rio Djemnab. Obra prima de árquitetura Indú-Mulsumana,, é todo de mármore branco, com incrustações de róseo. Foi edificado dentro de um recinto fechado, isolado e lúgubre. Ro– deado de ciprestes secula res , Por baixel do sepulcro, que tem proporções colossais, passa u m canal, que vai d es aguar no Djemnas h . O lugar é silencioso e imprime e.os vis ita ntes uma profunda impressão. No meio do verde escuro das árvores que o circundam. o edifício se destaca res – plandescente, como um espetn◄ vivo de idades mortas. O Imperador Schaah Djinam mandou-o cons truir no ano de l 040 da nossa era. em memória de su2. espósa, a Sultana Noor Djinam, que ao falecer lhe pediu que não tornasse a casar, e lhe mandasse e rguer um mausoléu ; c u ja magnifi– cência fizes~e passar o s eu nome à pos teridade . 'E ~ssi.m foi . O Taj-Mat.hl, pode-se dizer, - ó O tipo mais esple ndoroso das sepult,u·as que existem Pela s ua riqueza e amplitude, chamam-no o Palácio da Morte . De longe, de qualquer eminência, ê avistado solitário quas e medonho, refulgindo ao scil, sinistramente branco, como O testemunho cm pedra, de um gr::.nde amor, o qu al , simbolisado num poema arquite tônico, se vem perpetuando através das gerações, ., O P a lácio Vermelho dos Reis Mouros em Granada, em Espanha, é uma das maravilhas do mundo como arte mourisca , U_m escritor francez disse que, se uma cis-,ted 1•al gótica é um poema cr istúo, u Palácio d e Alhambra (j um poem a oriental. ALHAMBRA Poesia ex quesita, acrescenta, - que se não parece com a nossa, e que é precis o advlnhar, O Alhamb1·a, com seu esplêndido, a inda hoje é uma dos Mouros em Es panha. compleme nte•, o Gene ralHe, cer cz.do de jardins cvocução poderosa, de qua nto foi gra nde o pode r

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0