Revista da Academia Paraense de Letras 1955

34 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LE'fRAS dades econômico-financeiras - e lá, senhores, por mais incrlvel que pareça, se faz Jiteratu·ra. e há uma -fulgurante Academia de I,etras 1 que ,trab;ühava, vive. se manifesta nos grandes problemas culturais do pai~, - e envaide:ço-me humildemente - perdoai a frase paradoxal - de ser - seu fundador aprovei– tados toc!os os elementos do seu...antigQ Centro dirigido poi- êsse escritor que vive na nossa memória de amigo e companheira, Benjamin Franklin de Araújo Lima, e o seu nome era todo um ve rso. Nós somos. senhores. já o disse certa V€":. sem recompensas, sem prêmios, sem "jetons", os líricoS' da nacio• nalidade. Sr. Padre Dr. Raimundo Nonato Pinheiro: Determinou ;i Federação das Academias de Letras do Brasil, que é uma agremiação séria, que trabalha h onesta e dignamente pela cultura brasileira Pm todas as ruas r;imüicaçÕe$, sem alarde~ e exibições, dentro dum programa l iberal e democrático. que vos saudasse em seu nome, antes da vossa confe– ri'mcia oue todos nós, homens rle letras, ansiosamente esperamos. Que o audi• tório selecionado perdôe ter Ih€· roubado um tempo, positivamente precioso no ch,wão ligeiro mas agol'a bem verdade iro, com o meu prosear descolorido e não lapidado. Esta Casa augusta, de tradicões modelares, é a continuação da vossa, de nossa Casa, encravada quase na floresta, ms que tem uma bela tradição man- · tida garbosamente. A geracão que vos antecedeu, e a que me honro de per- 1encer, é magnifica. Na mfoha memória, mais alertada pelo -passado do que r,elo presente, nasS'a fulgindo a ronda dos meus companheiros e amigos· duma época pouco distante. Pertenceis a Casa au,e:usta que foi de Adriano Jorge, ne Benjamin Lima e do seu irmão Araújo Lima. Huascar de Figueiredo, Th. Vaz, Maranhão Sobrinho, Leopoldo Peres - o amiirn fraternal - Gaspar Gui– marães, .Tosé Chevalier. Sá Peixoto, Raimundo Monteiro, mestre e amigo Ataújo Filho. J onas da Silva que era o B. Lopes amazônico, e mais uma dúzia de mortos gloriosos. T€·ndes a gra nde responsabilidade de pertenceres a um sodalício dirigido pelo esoirito fulgurante e vivaz de Péricles llforaes, um dos raros granc!es cl'.Í– ticos literários que o Brasil possue. pouco farto em crítica1:: de valía, seguro e luminoso, e de J oão Ledo um filologo sério e proCundo, de estilo Jimpido, e de outros, muitos outros. que vegetam emparedados na Província longínqua, engolfados em livros, sem um meio amplo e rasgado, onde pos!:am melhor tra- · balhar . pela sua terra e pela sua gente. Senhor Padre Raimundo Nonato Pinheiro - somos sabedores dos voesos altos pr edicados de orador sacro, ~ensibiJiz~ndo multidões. Já, nêste sempre, belo e inquieto Rio de J an<'il'o ,ao morrer de 1953, entre o Natal e o Ano Bom, - uma convenção que estimarei se realize - tive o e ncanto de ouvir um dos vossos bdos sermões que de fato nos emocionou. Foi naquela Igreja mode11ta e serena. cercarla de ttrvorcs. Templo calmo fie pensamem os altos e concen traçõeS' virtuosas, naquela rua Bnjamin Cons– tant que relembra e glonf1ca o nome alto dum ctos fundadores da República. Secretário do nosso Aréopago, orador oficial do Instituto Histórico e Geo, gráfico do Amazonas, da Sociedade Amazonense de Professores, pe1·tenceis também ao quadro de professores da Comissão Estadual de Folclore. Escritor e jornalista, - que não fazem mal às musas os padres e doutores - em breve leremos o vosso livro, já no prélo, "Fulgores de um episcopado '", estudo bio– gráfico de Dom J osé Foreira Alves, Bis·po de Niterói. E seguir-se-ão: "Dis– cursos e Conferências, Sermões e Panegíricos" "Bronzes de A<ve-Maria ··, "Elevacões Bíblicas ·•, "Páginas Literárias" "Or~ções Acadêmicas" e "Pági- •,1as de Imprensa•·. ' Permiti agora. meu Padre. uma indc~crição. ou, se houver muito rigôr, uma pequena lrai_çiio. - uma doce e s.erena traição. Um clerigo e um profano, - \\Ul cheio <.k vu·Luch.:s, oulrn l.alvez cheio de p()çados, espe1~n~lo um (,l_ia um.li. '

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0