Revista da Academia Paraense de Letras 1955
r 8 REVISTA DA ACADEMIA PARAEN'SE l)E LETRAS !33 NA FEDERACÃO DAS ACADEMIAS DE -~ LETRAS DO BRASIL Saudação de Raul de (RECEBENDO O PADRE DR. NONATO PINHEIRO) n Am;;zon;is cont inúa " ~.-r o n1istér io, outr'orn longínquo com a sua ""VP.Jt,.riin r r,nceir" .. hn;,, um .,,itn sôbre r nrP>inn. ele anen" ~ ;,l1?umas hoi·as. nara uni-lo à caoital dêste país imenso e de tantas oossibilidades que certos homens aind:, não r nnseguir:,m esmal?,\-Jo nnrque há outrns, numerosos. º," e bem rlêle cuidam, Mas o Amazonas é a fôrca f:m marcha )Pnt:,, tnrlo ele aquela surpresa e riqu eza dis~cadas nas páitinas marmoreas de Euclides ?ª Cunh;i_ 011 m•s nincelflil:is rubr"s all?o exaeeradas ele .'\Jberto Ran_gl'.1.. _Uf:1 dia. - "Cele iro do Mundo". oroff-tizov um sahio. Cer to, m,quele territono unen– so. 011e reune em vastidão seis países rla Europa, quando a ter ra fôr s~neada "' trab;,lhad'l - no•·oue a fortuna está é na terra - ouando ns seus Ionemquos igarapés e igapós forem cortados por uma navegacão metodizada e o hom~m, higieniz:,do, nossa t.rah:ilhar em sossego. o Amazonas será no mínimo o celeiro rlo Brasil, Terra fertil e ubere. oue não dá ~omente a goma elástica, poro~ie lá esnnnta tudn o que se ola nt:, de confo,·midade com as r egiões - o cac:,u e o trieo. o r ;ifé - da Amazônia transnortado para São P aulo, - a castanha e a iuta. e fibras outras. os óleos, as madeiras r icas e sunt11osas, as pl~tas medirinais, a fauna Pspantos;i. os oeixes que assobram pelo número e vaneda– de tabulo~;,. o petróleo aue lá existe e a flora esplendor de belezas e perfu– mes, oro11irle:,s aue são toc1o um enca'ntamento para os olhos e o olfato, e P.ª1:ª " sensibilidade dos home·ns que ainda tenham a fortuna de possuir sensibi– lidade. O oue há, o que existe, é o fr:,1:-alho inglório do homem que. na Tert·~ rlescuidada niío pára. sempre de sentinela à vista, que é a Dona ~arte. E êsse injustiçarln, nordestino ou caboclo, trabalhador e honesto. - tido como um sinonimo da oreguiça : Doente, impaludado e minado por moJéstias ~utras porque lá nl'io existe nem médicos nem medicamentos, nêsse intertor longi1;1quo e. s~,:npre abar:donado, êle, espoliado e explorado por aqueles , que se dtze1;1 c 1 v1ltzados e sao apenas os grandes mon!:tro.s. trabalham, _goloe1am, em cami– nhos escu,·os e oerigosos, as grandes árvores que dão o leite branco e que produz a borracha que os outros, ingenuos ou pérfidos, enviaràm as suas se– mentes para o estran,2eiro calculista - não sem o meu protesto inócuo perante o govêrno do p::iís e na imprensa - prejudicando, arruinando mesmo o Ama- zonas e o Brasil. , • . · Terra e homem são assombrooos, - um c!c fartu ra oull'O de per s1stencia; Existe lá uma natureza aue deslumbra e esmaga, - que na r egião colossal so o humem é pequeno. Dizia-me duma feita De Pinedo - o grande "az" que cortou no seu pequeno avião o mundo inteiro - que do alto nun_c11 . v ira tanlu floresta virr<om que desl umbrava e emocionava. E essa massa 1.nfmdãvel de árvore-s espessa e brutal continúa vi rgem, à espera oue o homem a desbaste, aproveite-a, para enr iquecer r boneficiar a si a Nação. · Pois. sen hores. nessa região geograficamente longínqua. encravada na floresta e banh:icla cor um dos rios mai~ belos do mundo, o Rio Negro, espe– lhan te, onde as mulheres da região r ibeirinhn se m iram faceiras, e p ente iam AR g~a ndct cabclelras pretas, esponta uma linda cidade modernizada que é Manaus, a antiga te rra dos Ba1:és - ~ue se continuasse os seus espantosos ,Pr ~– gre~SO$ de M. meio século f.,~n a o Sao P a 11)0 \lo Norte, tais (IS suas poss1b ll1•
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