Revista da Academia Paraense de Letras 1955
" J R EV!S'i'A DA ACAE>l:iMlA PARAENSE D E LE'l'RAS VOLU!11E Vll Aç;õS'l'O 1 9 ~ 5 COMENTA RIO DO DIA O mundo se contorce estel°tol'ante, a debater-se em crises de tôda espécie. Crise econômica, Cl'ise política, crise financei– ra, crise moral .. _. O l'osário é longo. Vivemos uma época que é uma era, uma das de n::aior conturbação da espécie humana. Po1· ma'is que a 1>rocurem, os homens não encontram a estra– da larga da restauração e perdem-se desnorteados, estontea– dos, em múltiplas veredas que são anfractos com espinhos que acutilam a carne e o espirito. O desânimo nos leva, às vezes, a ,,Ihar o futuro como um espectro de decomposição e ruina. Nes– te naufrágio dos povos, porém, ergue-se sôbre o marouço um aceno que alenta a fé e revigora as esperanças - tábua de sal– vação que_se chama Inteligência, uma das mais belas e fecun– das criaçoes da divindade. Cremos na fôrça da inteligência servida pela cultm·a, luz que aclara o caminho para o êxito dos t entames anojados e opera milagres em rea lizações imprevi– síveis. Ocorrem-nos estas rápidas observações de ordem geral ao fitarmos a obra que vem construindo, na penumbra e no silên– cio em que se dessnvolve o labor do espíl'ito, a admirável tena– cidade da Academia Paraense de Letras. Quem escreve estas Ji. uhas, depois de muitos anos de ausência, veio encontrá-la com o mesmo ardente afã, com o mesmo afinco inechaçável dos seus pr imeil'os tempos, ilumin ados pelo t alento de uma gei·a– ção que já se foi quase tôda. Está de pé e trabalha e p1·oduz frutos que excele_m, que h on ram as glórias intelectuais da nos– sa t erra, graças a uma plêia de de brilhantes valores cujo 'idea– lismo enfrenta galhardamen te, o clíma negativista que hoje se oferece, por tôda a parte, às abelhas do mel espirit ual. Quan– do se acneraliza a men t alidade da in ércia, do golpe e do gôzo b d - , êsses abencerrages o sonho n ão o a ban donam, nao sentem que a indiferença cÍl'cundante o desestimula, e ca~a vez mais 0 avivam e fortalecem, integrados n um desprend·1mento que é amor à pát ria e am01· à h u1t1anidade. Quem os ajudou ? Quem os ajuda ? Em 54 anos de exist ência, têm atuado e con. tinuam atuando com o único arrtmo da indomável v~ntade de a lcança1· a vitória ela Cultura, qne sign ifí.ca reuové;lcao e apei·. feiçoameutQ, BibHoteca Pdblica •Anhur Vianna• Sala Haroldo Maranhão
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