Revista da Academia Paraense de Letras 1955
D o 27 --------------- REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS - Pois amanhã. _hsvemos de realizar a nossa primeira reunião política. Será o começo da reaçao constitucionalista. no Pará 1 - Se Deus quizer, amigo. E de~ois de correspond~r á saudação que lhe fazia da porta da loja, 0 tenente Batista ~ Stlv?, segum o alfares Cunha à procura dos novos simpati– santes da causa que abraçara com tanto ardor e patriotismo. As ideis. de P~troni continuavam 3 ter Jarg9 repercussão na província, conquistando dl!l. a d13 mais adeptos. E não foi para admirar que. no dia con– vencionado para a reunião na loja do tenente Batista da Silva, comparecessem a lém de Patroni e Simões d:i Cunh::,, mais os coroneis João Pereira Vilaça e José Rodrigues Barata, cirurgião mór: Joaquim Carlos Antonio de Carvalho ., mais :ilguns civis e milit~res dos diversos corpos da guarnição da província . Depois de f:irt!lmente distribr1dos e lidos os jornais e boletins que Patroni havia trazido d!'. cõr!e, Simões da Cunh'I em nome dos presentes pediu que o moço universitá rio explic,isse o !im que os congregava naquela noite. Felipe Patroni levantou-se, e num!! voz clara e forte. começou : - O oue nos trás reunidos neste momento, o que nos deve irmanar des– de agora, é o- desejo de sermos grandes e livres, como os nossos irmãos do Porto e de Llsbõa, que desde 24 de Agôsto, depois de um movimento triunfante, con– seguiram a conslitucionalização da grande pátria portuguesa. Um povo cioso dos seus deveres e prerrogativas, niio pode nem deve viver sem leis. E qu:il será c!e nós - entusiasmou-se o moço universitário - sim, qual será de nós Que sentindo pulsa!' no pelto um coração. cheio de a rdor e patriotismo, se recuse a atender ao apêlo caloroso (!UC nos vem fpzendo os nossos irmões da metro– poJe. o povo do Amazonas, tão valente e destemido como o povo do Tejo, não deve ficar indi(erente ó voz que lhe quer ensinar o viver brioso. a.ltivo e livre. que o absolutismo reino!, não permite que vivamos. neste século de luz e de conquistas, em todos os ramos da vida humana . Sim.ões da cunha Je•1antou-se ,,esse instante e, com a voz tremula de emo– ção, perguntou a Patroni : E O que devemos fazer para atender o apêlo da metrópole ? Revolucionar as tropas e depôr a Junta, respondeu prontamente o pa– t1·1ota. E como ninguém respondesse : . • _ SeL·ã êsse, senhores, o meio mais pronto parn obtermos n odesao da provincla· à caurn constitucionalista. Ninguém mais insistiu no assunto. Antes de tudo era necessário coorde– nar ideias e cons?guir mais adeptos entre os diversos cor:pos ela 1rapa, para qu_e 0 movimento tivesse O desfecho aspirado .por tod~s. Ficou desde loç-o com?•– nodo cue os coroneis Vilaç~ e B_ai:_ata se mcumb1r1am .de_ lan çar a semente I o_– votuclonàrla entre as suas guarmçoes, sendo_ dada a S1moes ~~ Cunha, Patrom, B ti t d S'l e ao cirurgião mór Joaquim Carlos Antonio de Cervalho. o ~ ! a d a 11 1 tª elemento popular, por melo de boletins e reuniões, onde se m ssao e a c ar O Iabros da Junta do govêrno, e a utilidade da província con- mostrassem os deses p t 1 t' tucionallst:i que se est:iva operando em or uga . correr à obra_ consltl quando os conspiradores deix:iram a loja de Batisto da .. Er.:i noite ~ !I oual arraigada no espirita, a certeza de que em breve 0 S1J':'ª· levando ~a a despotismo reino!. J>n1 á estaria. liv1 e do seguiram puderrm os conspiradores levar a bom cabo, 1:! 0 s dl!lS que •s~a sido distribuída. . a mlss.io que lhes tin i entos, fieis às ideias dos seus comandantes corone1s . Os 1 , 0 O · 20 ~:i;,,mdispostos :.\ Juta; mas, havia ainda dúvida quanto fJ V,Ja~o e Barata, e_sta e covolnria, cujo comandante o tenente coronel José Mo• ades.,o do esquadruo d - ·est~va 110 n:,r do movime nto, por temerem os insur– rtano de Oliveira Belo, noo · 1• 1 ontrál'io ao mesmo. etos Que fõsse ê ~ 0 • apareceu O alferes Simões da Cunha cm casa de Ba• . Nestas conietui as, orno de ortilharin do comando do tenente coronel At1• t1sia, com :, nova de queé o e o -seu apôio à insurreição. tonto Nunes dera, tnmb m. "ora senho1· José Bntista do Silva, é marcai' a data - O que nos fllltll ªª pora derrubonnos a Junta · l ' 86 mãos em slnol dê ntultn aJcg1•1a : ~"~!·~ga,~dn ós mll n1a1·ovllh11s; o senhot• Já sobe quo a Junta nAo quol' Pl111'li\ir do ·~•m~re~o O ouvldo1' ArttQnlo M11ril1 Qnrneh'o e Si4 ?
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