Revista da Academia Paraense de Letras 1955

Rl-:V!S'l'A DA ACADl!:MlA PARAl,;~ÍSE DEJ Ü:'i'RAS • ••• N;,queles ir'ns. m;,l suspe nso se e•ntrevistos na popira c111P os anos lhes pnlvilham Pm volta. <) Lar110 d" N;,7,arP., apn,:sent-'!va. de frpn\e. a pequena ,.~mida, prlgid" "" mesmo ~;tio ª" orimitiva n"lhocfl . sob que Plácido resl!uar– <'~·-,. a mil;,rt,·osa imal!E.m, cl<>s intempéries. Era muito menor do que a outra, rnios r.orredores a ind:> "mpliam iicomodações. a<:> lado :la imnnnente Basílica. T""n-,ul'T'ento tle arte. iniciarlo n<>lo p.,,1,.e Richer e desenvolvido pelo P adre Affon~"- como superion·~ dos Barnabitas. c.~sas térrPas. cn,.., t.or n:>ndo a oriica. com a PXCPrão r'lo esguio sobrado, ainda :>lí existente. tutel;,r abrigo da ilustre familia Sá e Souza. E romo marcos miliário:s. as suntuosas sumaumeiras assinalam limites "º r,uadriliite,·o central. de um J,.dn. como de outro. frondosas m:u> P.ue iras oue r"sistem ainda à própria mald;.irle humana . .. (Tudo isso vem de longe, prin– ripalmente ai:: seculares sapupêmas, traduzindo amor e dedicação ao oraculo da terra natal). Clua~f: Pm me;o da árPa, desorovida de qualquer calçamento. via-se um navHhão. de forma octogonal, acarhaoado. onde, P'I quinzena ff'stiva. Px ibiam– l'P rnrilões de c:>niores e imnrnvisaclos atores. Era o denominado Pavilhão de Vel'ta. o 1?enuino. o verdadeiro. l"oi nPssa v•:lha construção que o "11oeta" Ricardo, c;los ·•Vôos do Tam- baqui " , cantou, ou fez cantar, o seu oopularizado: "Arapapá, eu bem te dizia Que não comesses a melancia, Que comesses o melão. Que tem a carne mais macia " . . . procurando ridicu)i?ar um seu con temporâneo. O ;itua1 Pavilhão edificado P.m sub~titui~ão ao ri>(erido. é mais alto. de menor largura, sendo seu nome Flora. Era aí a atração maior das diversões populares. Com :, aproximação do mês de outubro ,dedicado aos ff.'siejos nazarenos, e> Largo de Nazaré começava a r eceber os primeiros cuidados, tanto de pintura como de construcão rle b;,rracas. feitas de sarrafos. ou de restos de madeirH. tirados de prédios rl<·.11oliclos. Essas barraauinhas encostavam-se umas às outras. às margens das ruas oue contornam· o ouaclrilatero principal, ainda sem qualquer bordadura oue lhes tracassem limites. Ocupavam essas defei– tunsas construções, cai·as de brinquec!os, de sortes, jogos de azar e comidas. AJ1umas c;.isas de moradia, se transformavam em pequenos pontos de comér– ci<', com títulos Pxtravagantes. como êstes : "Se não côrro, quati me lambe:" - "Aqui tudo é bom, até eu •·. E h..via lugares especiais para os jogadores de bom tom, com titulof em francês. inglês P alemão. línguas de uso nelgariza– do em Be.l,.ém, peio grande número de moços educados na Europa e de familias que, todos os anos, visitavam o velho continente. As melhores cozinheiras, de então, licenciavam-se para arma rem sua tenda no p rivilegiac'o canto, que constituía a preocupacão máxima dos habi– tantes de Belém, ingênua. alegre e feliz, dos serões familiares, à luz mortiça r vermelha dos lampeões de gás. Abancavani-se ali r epresentantes da mais dis'tinta sociedade paraense:, a fim de se deliciarem com os quitutes de uma Caetana ou de uma Evarinta. peritas em tudo que fôsse especialidade. aquecida a fogo lento, ou ao calor c?as brasas mais vivas, désde o mais requintado acepi– pe ao confE.-ito ou à panificação. E espalhava-se ,rescenden te. o cheiro insi– nu'ante do açaí e do tacacá, como elementos de provocação ao apetite dos co– mentais numa quadra em q ue, nem os doentes, aceitavam conformados as dietas d~s dias de hoje. F. quando a doença obrigava à abstinência de alimento por via bucal, emplastros d~ ovo batido, de mistura com farinha de trigo. aplicaclo as fontes, ao (!Siômago e aos pulsos, pretendiam o fortalecimento fí– sico dos infernos . .. Claros que ba ndas de música e fogueic:s estavam no número dos indis– pensáveis convites para os folguedos noturnos. As diretorias ca festa de: Nazaré esforçavam-se sempr e para que a ilu– minação fósse a mclh_or po~sivc:l e não faltas-se, aos menos pro~egídQs da for– iun;i, elementos de chskaçao. ·O

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