Revista da Academia Paraense de Letras 1955

1d REVISTA DA ACADEMfA PARAENSE DE LETRAS Representava o Pará na Cámara Federal e em defes!l de Enéas, que o ele– gera, atacou rudemente !l L a uro Sodré, a menina de todos os olhos. Comprovei a injustiça do a.gravo . A ré plica gerou a discórdia e est?. soprou a luz serena de uma amizade de irmãos. Correia Mendes r edigia t2mbém a coluna teatral. Por causa de um dos seus juízos críticos, ásper os como pele de cação, irritou o ânimo i::ixoso do seu patrício Fran P 2>ch eco, que escrevb na "A Província" e se cham?.va 2inda Francisco Pa– c heco. Fogosa polêmica est ?.Iou entre ambos e. após ameaças reciprocas, com pro– messas d e bengalitdas. no primeiro e ncontro de rua, P acheco deu remate violento à contrové rsia,, declarando que resolvera privar-se do "cisco" do nome, para lan– çá-lo à focinheir'.\ de Correi?. Mendes. E, de então para dia nte, passou a assinar– se, simplesmente e definitivamente. Fran P axeco. A quem lhe pergunta.va a ori– gem da mutilação, fornecia aque le esclarecimento. Qua ndo Cipria no Santos assumiu atitude de combate polltlco contra Enéas, pubUquei na FOLHA uma carta aberta, ~ que pus o titulo: - "A você, Enéas" . Vinte :mos passados, ouvi trechos desse artigo dos lábios de José Augusto, sena– dor da República na é poca, quando lhe fui a,presentado por Eurico Va le. No mesmo dia da publicação, Enéas chamou-me pelo telefone: -- Olha. s:ifado, n ão farei contigo o que fez o velho Lemos . Não preciso de C!lpangas pi,.,a castigar-te . Mas fica sabendo que onde te encontrar, puxar-te-ei as orelhas. Era a manifestação do seu espirito menineiro de facécia. A ameaça não se realizou, e nem se realizaria-. Conhecia-o bem !)ar3 ficsr intranquilo. Não tor– nei mais a vê-lo. A revolução apeou-o do govérno e foi obrig3do :i bUSC?'.'.r asilo, como o velho Lemos em 1912, no Arsenal de Marinha. Dai embarcou para o Rio, pele. calada de uma noite chuvosa e triste . Pobre ?.migo I Vulc!lno não lhe forjara as armas que tornaram invencível seu homônimo d ~. Mitologia. ExUnguiu-se descerebrado, volvidos alguns pnos, com o mundo interior em trevas, assistido, na tremenda, agonia, pelas duas únicas al– mas que o compreenderam e lhe restar!\m fiéis: - a esposa querida e o filho idolatrado. O seu amar go retôrno, como um réprobo. para nunca ma-is voltar, foi o "aeternum vale", o aceno para sempre aos amigos e conterrâneos. Eis-me onde me dei..xou , vai para ma-is de cinquenta anos. Como tenho exer– cido o fadário público, que se consorciou ao tempo inexorável pa ra arrasar o meu patrimônio de ilusões, sabei-lo bnto qua nto eu. J á escapei de ser queimado vivo, como cristão novo ou rato doméstico. Não e nvelheci rindo, como a-conselha o nosso imortal Bilac: "Envelheçamos rindo I"; n em sorrindo. como recomenda- o ge– riatra Kelley; tão pouco "graciosamente", segundo o preceito do filósofo chinês. Fui vara ndo os domínios da senectude ringindo os dentes, pelo bem dos meus semelha n tes, a quem nada peço e de quem nada espero. Nunca a ndei de cocarinhas, entre o rendilhado das teias de a ra nha dos fõr– ros de sacristia, pare, ocultar-me dos inimigos; nem de rastros, !)ara bajular os poderosos. Amigo pesso11l e intimo de quat ro governadores, uma vez apenas fa– lei a um dêles em palâclo. Não os procurava. Não tinha negócios a trate.r nem pedidos a fazer. Nos remoinhos de águas m:lrulha ntes do jornalismo de combate onde tudo é ódio e agitação, lancei ;, poitR definitiva como barco velho que não pode mais navegar. Com espírito sereno e consciência quieta. à maneira do Infante que deixa :i posição ressuplna no bêrço. ou como lagarto no relvado. ague.rdo, de cabeço e rguida. que a barca lendária da morte me devolv:i ao pó de onde Déus me trouxe. Ao reverso dos defuntos perdulários, quero Ir nú para debaixo da terra ... Sou amigo dos humildes e dos vermes a nônimos que nos descarnam para vivei•. OE>ntl·e aquêles vim, para . o seio destes caminho. No decorrer da minha profissão, onde sol!, como Balzac, um sentenciado 5111 pem1 li da tlrJta, tcnno ylsto, de ,Perto Q dç long~, çJ;1~9Um>§ u celerqd91 lie ,11liwi o

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