Revista da Academia Paraense de Letras 1955
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 103 Tenho lutado mes a m ês, dia a dh!, hora a hora, resistindo a uma pres– são constante, incessante, tudo suportand o cn1 silêncio, tudo esquecendo, renun– ciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado . Nada mais vos posso dar a não ser o meu san gue . Se as aves ele rapina que– ren1 o san g u e de algu é nt, querem continuar s u gando o povo brasileiro, c u ofe– reço. crn holocuasto, a m inha vida. Escolho êste m elo de estar sem11re con– vosco. Quando vos h un1alharc1n. scnt.ircis ,nin h a ;1llu a sofrendo a o vosso la ti u. Quando a fnrnc. haf,t:r ;", ~'ossa uorLa, scnlirc is c.n1 vosso )Jcit.o a energia p~ra a luta Jlt_•r vó s e v 1 .•ssns filhtts . G u a n :Jo vos vilip c ndiarc1n, senLircis no 1nc u ru•11sa- 1ncnto a força para a reação. i\1cu sacrifício vos 1nant.erú unidos e n1cu noJnc será a vossa l>.uulcira tle lut.a. Cada ,;ot.a tlc 111c u sani;uc s1.:r:i u1nA charna 1n1ortat n a vossa con sciê ncia e ,nanC.crâ a vihrnção saJ:"ra.d a para a r esistê ncia. i\.o ódio rcsoo11t.10 cu1n o 1•crc.J;i.o. E aus tJuc lH'nsan, nuc 1nc de rrot.aram rcs- 11011do com a mlnha v.iturla. Era esçravo do IJIJVO e hoje 111c liberto 1mra. a vida et cn1a . 1\Ian esse JJ'."Y'·' do r!ucnt ful cscrav,:, u ã ,, nuú s :,erá cscra,,u d e 11i11gué111 . i\leu sacrlllc!Q fica rá 11ara sempre em s ua ;,flua e m e u sa ngue terá o 11r e-)o d o sEu r esgat e . Lutei contra a eopollaçã o do Bra:;il. Lute1 contra a espoliação ilo pov o. 'l '1m ho lutado de p eito .aberto . O ódio, as lnfântias, a calúuia não abateram m e u ã.nlmo. Eu vos clel a minha v ida. Ai;ora ofereço a minha morte. Nada receio . :Scrcn a1ncntc d ou o pritnciro passQ no can,inho da eternidade, e saio da vJda. t>:tra c1tt.rar na História'' . (a.) GE'.l'úLIO V I\RGAS, BiWfoteom Nl>liea •A,thurViannn • SalaHaroldo Maranhão
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