Revista da Academia Paraense de Letras 1955

102 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSEl DE LETRAS inteligente, culto e bom, Getúlio Var&:as não Honesto. _pa triota e hu:~~~ de emancipar economicam1?nte o Brasil, por– realizou a p lenitude de s eu . d tantas maravilhas e de tantas riquezas e ~:é~a~i~~l ne;;~;::-::rfc~:~t/~ 1 : h ~mens honestos para uma obra completa de r est aur;i~o ~~~~lic~. e;it~C:~têntico poeta, porque sonhou dema_is enfrentan– do com o •eu sonho li fatalidade das coisqs reais. E deixou a vida como _um po~ta : !)en~ trando ,;a eternidade e entr?ndo n!I história pelas largas e lumino– sas portas d o suicídio . A Amazônia deve a Getúlio Vargas as reallz!lções mais obje tivas. que lhe a sseguram um futuro pleno de grandeza e felic!d~de. _ A criação do Banco de Crédito da Amazom!l S/ A e a execuçao ~o Plano de valorização Econômica da Amazônia são du;is obras que imortalizam um govêrno e credenciam um homem ao respeito e á gratidão do povo. E Getúlio Varg?.s fez as duas coisas, êle que sempre se mostrou e deu provas disso, um brasileiro dos pampas empolgado pela riqueza inesgotável e inexplorada da portentosa Amazônia . Sr . Presidente : o Brasil até hoje ainda está suspenso com o fim trágico do grande llder político. S?crificando-se para que a nação não conhecesse o horror de uma g ue rra civil de consequênclqs imprevisvels, Getúlio Vargas dei– xou par!l os brasileiros e para a História univer sal uma carta, que constitui um verdadeiro testamento polltico. O Pará não oode ficar, como aliás não ficou, alheio ás grandes homena– gens que foram tributadas ao grande estadista. Por isso mesmo proponho que seja consig nado em ata um voto de pezar pela morte de Getúlio Vargas, disso se fazendo cie nte o govêrno da República , ~ Academia Brasileira de Letras e a J'?.milia Va rgas. Proponho ainda que no próximo número de nossa Revista seja prestada uma homenagem á memória de Getúlio Vargas, com a publicação do notável discurso que o nosso brilhante confrade Osvaldo Orlco pronunc iou na Aca demia Bn1s ileira de Let r?s, trnnscrcvenclo-sc ainda, pa rn que fique per– petuada, a carta q ue G etúlio Vargas escreveu antes de sua morte", O plenário da Ac>1demla aprovou t ôdas as propostas feitas, e, por isso mesmo a baixo se transcreve a carta que Getúlio Vargas escreveu antes de sua morte, estand o public11do em outro loc:-1 desta Revista o discurso do acadé– mico Osvaldo Orlco pronunciado na Casa de Machado de Assis : uMais uma vez, as fôrças e os lnterêsses contra o povo coordenar:un-so novarnente e se desencadeiam sõbre mhn . Não m e acusam, insultan1 ; nã.o n,c co1nbatcn1, calunian, e não n,e ,lãn o direito de defesa . Precisam sufocar a 01 tnha voz e in,pedir a inJnha ação, pnrn. <111e eu não conlinuc a defender . , como sempre dcfcnlll, o povo e prlncl– pntmente os lrnmildés . Sigo o d estino r111e me é imposto. llCJJ0is ,de d ec~nios ll_e do1111nlo e es 11olinção dos g r 11 pos ecnncimlcos e Clunnrelros lntrrnnc lonnls, 1,z-m~ rhcre d e umn r evolução e ve nci. 11,lcicl o trnhnlho de libntaçiio e lns• t:iurP, o u gnnr d e llhPrdn1le social . 'l'ive d e renunciar. Voltei no Govêrno n os b 1·aros do 1 ovo A r nrnpanha s nhl rrrân~a dos ,:r,1pns lnlnnnclonals allou-se .1 dos g rnpos nacionais r evol~do~ rontrn O regime de llllrBnl ln do traba lho . A lei d r nicros C'<lranrJlnarlo~ foi <lrtlcla no Conllresso. í'o11irn n Justiça ·11a revl– t:io do c;!ll;tfh') ·l"nlnimo s.>- de~lf•nr-nalrnrnm os údios. Quis ~riar n llherdndf" na– ciona l n:i. flOIP11r b UznçJo <bs nnssns riquezas ntrav r-s dn. Prfroh1•/,q, M111 cnmHa r srn a ll,nr ,o,,ar, P n nndn tl P a gllnrú o se avoluma. A r.lrlrola :,s Cn; ohstacnlarl~ n t,~ o ,l,••w'1íH•ro. Não <1ut•rf'ln r1 I1P o iT:ibnlh3,tor sf'j!l liv 1'l". N:in querPm qnP o J•OVO Sêj!l hHlPPNHlt.•nte . Assumi O Governo d e ntro da espiral inflacionária que d eslrula os ·~valo– res d o lraba U10 . Oq lucros das emprêsas estrangeiras alcançavam até 500 % ao a n o . Nas d eclaraçoes d e valo res do ciue importávamos existiam fraudes cons– tatadas <le mais de l~O milhões d e dólares por ano . v elo a crise do café, va- 1or1zou-se o nosso 1>rmclpa1 procJulo . Tentamos d efender seu preço e a rc-s– posta foi uma violen ta pressão sôbrc a nossa cconomln a ponto de sermos obrl- ga<tos a ceder . .

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