Revista da Academia Paraense de Letras 1954
' " REVISTA DA ACADEM1A PARAENS~ DE LET8AS Quãndo a mulher chega a ser mãe admite todas as renúncias. Feliz ou desgraçada, é como um sacrário vazio. E' um ·símbolo apenas. Tudo o que havia dentro de sua alma e de seu coração, de bom e de útil, de pureza e de amôr, fôra transladado num olhar para o rebento que ela beija; idolatra e aquece no vale . do seio.. Envaidece-lhe so– mente a consoladora ventura de ser mãe! Purificada pelas emoções de tantos sonhos de felicidade, nas - envolventes impressões da certeza e da dúvida, beija-lhe os mimosos pés, desejosà de que esse ósculo seja de bronze a fim de que aquelas duas irriquietas plantas rosadas e ten– ras não sangrem, mais tarde, nos espinhos dà estrada, nos torturantes anfratos da subida... Beija-lhe as mãozinhas tateantes no delicioso anelo de que elas se desenvolvam no e,çercicio do afago, da atitude / caritativa, dos gestos de bravura, unidas numa inocente oração a Deus, rogando pela paz do l ar, pela integrid.ade da Pátria. Bendita missão! Edificante apostolado - ser mãe! E' o mais im– portante determinismo da existência, quando os efeitos da cosmogo– nia transmitem aos sêres a ação circunvolutiva e universal - .Faça-st:. /
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