Revista da Academia Paraense de Letras 1954

A :8EVISTA DA ACADEMIA PARAF.NSF: OE LE1'1~AS JOSÉ DO PATROCíNIO de I. DE SOUSA MOITA No dia 8 ele novembro de 19~3 a Academia P:\l'acnse <le Let ras reaJi,zou nma scss;;o p:ir~ comemorar o CP11tená!·io ele José Jo Patroci nio. Ocu.pcu a T .-ibmrn Oficial da Silogeu, o acaüem ico Desembar!!;atlor Inácio de Sous:1 l\Iolta, o.ue pronunciou a seguinte brilh:mte <:onferen– t:ia sõbre o granLl e T ribuno Brasileiro: Uma página s&br e J esus, numa ant.,,l, ,gia de m:m useio escolar, fio conhecida dos hom ens da ger ação passada, assinalou, nos dias irlos d a minha meninice, o meu prime;r o encontro espirit ual, com J osé do Pa– trocínio. E não foi por cer tn dos ma·s compreensivos, dos mais amisto– sos, dos ma is agraclaveis , dos m a is felize:;, êsse encont ro. An tes, ao r evés, de ixou -me o desprazer de um a decepção, e o am!lrgor de um a indisfar çavel sens ação de cu lpa. T alve->: d issesse melhor , se ex,:,rimisse meu estado ment a l, pela pa lav r a Tevolta, t:mto sa i clêss:i contato, com o esp 'r it,) vencid0 pe lo sen t;me nto de fr us tação. 1\rI..1s, a cu lpa não era m inha, senão de quem fisera dessa págin a l apid::r . p.:-;:;te<;tfl p::ir:i invest igaçãn ac,,. me us -con'1P,' imenl,,s _g,·a,m:iti– cais, num d it ado de r otina e anúlise lógica, no último ano de m eu curso p rimórin. A :nch hoje relembro, com a rnel:mcol ia de um cam inh ante que passeasse por ent re túmulos, onde ficuram p::ira sempre, son hos e ilu– sões, aque las l 5 ou 20 linhas do d itado inglório e ingrato, vocalisadu pela p rofessôra, com a soturnidade de um c:i?1to-chão, aos me us ou– vidos dl" me n;no est urd;o e irrequ ieto. "Como o poviléu faná t ico, cm t ôr no do pretório -de Pilat os, a ci- · &nr;'l rn,,dern::i ll• s 1·eclnm ::i de novo J esus para tort urá -lo para escar- necê lo paca matá -lo. ' · · · · · ·13~~1~ · q~-i~~L:~~~s· ·1 ~~~~- ~ · ~i~s· ~o~~o· ~ ~~1~~~~0· pt;sllã~i~~- ~ · ~~: tteg:ir à in.c-rerlul idade o co:npanh eiro sobre?rnmano das nossas hor as de angus f '.l. Dcm qu ·ser amos negá-lo de p úblico, p ar a fu rt :ir-nos à ir – r isão d a dcscrenç.1 egoíst a e aos a taques cb s:ibedoi-ia atéa. · · · · ·· C~~~- t~ct~- ·i~~~ · ~~~ · ~~q~-i~ito· ~ -~ ;~t~;i~s·o; ~i"ng~l~;.~~~t~ -~~t~-~: nho e esotúr:co aos m e us ou v idos e ía além da min'.1a compreensão d a vida de um me nino de dez anos, que mal sabi a q ue a v ida e ra apenas um s ub,;t•mtivo apebtivo, com a lgum :.ic; compl icações gr amatica is. Quão longe estava eu de compreender o ~entido profundo d aq ue– les períodos, cnntan tes e têrsos, a lguns dos quais par ecem esc::indidos por um p: et .l, que prucura,;se na ~onor :d ::ide e no ritmo das frases, im – primir força, convencimento, verd:lle e tr anscedent al bele.sa á doutri- 11'.l de J es.:i ~. I•/13,s t.:in l e por ém, na j uve 1t u,le, qu:m do dPntro ele mim o cor a– c;: o tr :::nsbcrJ ,.,11 f'm e,;t " de SO!'lhos e am'biçõe,; generos as e sobr e- 1.u. <1 -:;,12 re li nq110l , p:'..e ·na. f> um nc\·o ~e,1ti<lo, c·ó,;mic-o e heró ico ir – r acr r 11 clc!:i. e, mo ;:e o fasc:nio d a f,)rrn-, e o t•>m clogmá t icn d a argu– ment ..,ção r li i ·i:. e:1 p ar .1 ·n c::1, ;- :;e ·:npon:::n ~1 raz;io !ria, cét ica e cal– cu ladora,

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