Revista da Academia Paraense de Letras 1954
7j DlSCURS·O DE POSSE Senhores: de JULIO COLARES (Cadeira n. 29) Subo a esta tribuna para cumprir a praxe acadêmica, devendo aqui reportar-me ao patrono da cadeira n . 29, para a qual tive a honra de ser eleito, e bem assim ao seu último ocupante, Acilino de Leão, o nosso grande morto, perenemen- te vivo no. clima espiritual desta Casa. · O patrono da cadeira n. 29, literariamente conhecido pelo peseudônimo de Múcio Javrot, era o poeta Joaquim Francisco de Mendonça Junior. A despeit'o do meu esforço para reunir o máximo de elementos que tomassem expressiva esta notícia biográfica, foi quase nuJo o resultado das minhas diligências; à míngua de uma fonte em que me pudesse prover. Trata-se de um poeta candoFeiro, do século passado, contemp0râneo de Castro Alves e Tobias Barreto, autor do livro "CREPUSCULARES", editado em 1884 e constituído ·de poemas decalcados nos moldes daquela escola. Se eu próprio não fôsse o primeiro a reconhecer mi– nhas deficiências declamatórias, recitaria, agora, um dos ma- ~ gníficos exemplares do seu engenho poético; mas pressinto que os manes de Múcio Javrot se revoltarian} contra êsse atentado .. . Resta-nos, todavia, reverenciar, alimentando-a com a nossa admiração, a s4a memória de eleito da Poesia; e que esta hora evocativa, tocada das forças vivas do Pensamento, faça reverdecer os loiros da sua glória ! Contràriamente ao que sucedeu nas pesquisas em tor– no do autor de "CREPUSCULARES", já há tantos anos desa– parecido, tive a ma ior facilidade em coligir pormenores, atr~– vés da informação verbal de Orlando Lima e Gabriel Rodri– gues de Sousa, sôbre a vida de Acilino de Leão, homem de nossos dias homem de inconfundível relevo em nossa terra, homem de ~últipla e diuturna atividade em todos os setores em que se fez sentir a sua capacidade de ação e o esplendor do seu esphito . . - - . ·
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