Revista da Academia Paraense de Letras 1954

60 REVIST A DA ACADEMIA PARAF..NSE DJ~ 1.ETi'lAS leiro de História da Medicina, a Societé Française e Academia F isico- química Italiana. , · • · d O seu labor llterário foi _dos inais _vastos : pronunc10u. n:ia1s ~ 400 confeTências e publicou mais de _70 livros, versando med1cma, h i– giene, históri~ méclic~, et_c.. tendo an~da colaborado em numerosos jornais e revistas nac1ona1s e estrangeiras. Dentre todos êsse cabedal cieritífico e literário meticul osamente ori::anizado, conserv9 sempre à mesa., de cabeceifa a obra monui:nental intitulada "Diagnostico Precoce da 1uberculose' com que o eminente tisiologista brindou a classe médica m,ma edição notável da Imprensa Industrial, em Recife, no ano de 1913. Naquêle livro que é de aprendizagem e digno de medita~ão o ilustre clínico já se mostra senhor e possuidor de todos os métodos clí– nicos e de la bóratório, es~cificando as pesquisas in v ivo e iu vitro, as mais recentes e as •mais complicadas, com precisão admirável e ane– xando ao livro citado uma extensa b;blio_grafia ,dos tisiolo_gistas mais notáveis do Brasil e do estrangeiro, o que vem patentear os altos conhe– cimentos de tisiologia do eminente autor do livro em aorêço. "O Diag– nóstico Precoce da Tuberculose" é um livro pois, que ·não pode faltar na estante de qualQuer clínico especializado ou não especiaJrzado. Aliás as palavras contidas no prefácio do aludidp livro já são de alto senso clínico. demonstrando larga experiêne:ia e o conhecimento perfeito da arte rriédi"a ao lado da ciência médka. É assim que, t ratando dos vários métodos empregados no sentic.io de surpreender o mal de Kock assim se expr ime o ilustre autor : " ... Vários dêstes mJtodos não constituem, só por si , elementos de certeza, a qu[.1 se afjrmará, porém, pelo encon: tro positivo de muitos : são. por conse_guinte, elementos par– ciais de diagnóstico. Se os métodos de laboratório nos dão a certeza da natureza da moléstia, isto unicamente, os métodos clínicos d e certo, só nos poderão inferir a sede das lesões. ' Pretender-se mais do que iêto é apenas uma pretensão. . . Po}'que,. no_ cas_o d.os pulmoes estarem em jogo, se os ap1ces deste orgao sao mvad1dos comumente pela tuber– C!1lose, provocando-l~e umos modificações no seu murmú– rio. ou em S!!a son~qd:ade e esoes~amentos no seu parên– gu1ma, tambem a s1_f1hs e o paludismo, para citar sómente es~es, podem estar ~1tuados. nestes mesmos territórios, deter– ~11.nando perturbaç_oes .i:na1s oµ menos idênticas, conforme mumer~s obsen~açoes 1a tn.:blJcadas de várias e eruditos patologlStas e chmcos. " O egrégi9 pr~fessor. Milc(uel Couto. muito bem diz que o exarpe f1s1co so_ expnmc o estado físico dos órgãos não a natureza das lesoes". ' . BECL~RE, por sua_ vez, _referindo-se ao exame pelos raios _X afirma : "A rad1oscop1a não poderá dizer se se trata ~e .nucl~_os de bronco-pneumonia vulgar ou de focos de mf!ltraçao tuberculosa". Isto é verdade "O_s ensinamentos fornecidos pe lo novo método de ex– P!oraçao nada ~ôm _de_ esp ecíficos nem de pathognomô– mcos ; p ara o d1agnost1co da tuberculose em particular não se lhe poderia nunca oedir a rigorosa certe za que dá a 'veri– ficação do bacilo de Kock na exoectoracão" . • Ê preciso pois, aue pr\-''~!amen:ios bem alto o auxílio mut_uo que se prestam os <:io1s me todos. ~les nunca serão au tonomos porque quase se•npre um esta carecendo dos favores do ·outro para a d iflgnose exat a e comple ta . Acima. porém, de. u_m li o~tro, ÇO!YJinando-os sobera– mente, esth o senso pr atico, o tino medico, que sabe tirar 0 verdadeiro partido dêstes ensinamentos, aproximando-os comparando-os e interpretando-os . ' ;ií: o laço que os une e alicerce que os valorize".

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