Revista da Academia Paraense de Letras 1954

54 REVISTA D A ACADEMIA PARAENSE :JE T.ET !tAS tantes e em todos os períodos da vida humana. É esta uma face do pro– blema que coincide com outros prol:,Jemas de ordem sociológica, exi– gindo do poder ·público que estenda a mão ao médico para o combate comum . E: que à mar gem da vitória dos médicos, ainda existe um padrão de vida das classes menos favorecidas, uma co1;1sideráv_el par– cel a da humanidade que sofre ao lado do Progresso social, a_gu1lhoada às vézes - incr ível p~ ad9xo .- p el?S própr ias leis do progr esso das qua is resultam eonsequen cias 1morev1stas. . Otávio de F reitas nasceu para a luta pelo bem estar social. Lidai'ldo de per to com a humani~ade sofred?ra 1::_1a!s se cons~da_va nêle 0 respeito p ela vida h umana . Nao lhe abat ia o ~mmo um ligeiro fra- _ casso. Dirigia cartas aos hom~ns afoi:1unados da ep9ca, pensanqo con s– truir com dona tivos a sua Liga. mu;,o ~mbora apo_s ta1:1to esforco lhe tivesse esta rendido a penas trezentos e cmquenta mil reis (Cr$ 350,00). De ixemos entret11n to Otávio de Freitas absorto no sei;i trabalho a postolar d e combate a peste branca e de combate· aos obstaculos que a cada passo lhe surgi_am, tão fortes, e P~derosos cue a !-'m fr é!co teria desan imado, para a_brirmo~ um paremes1s nesta desvaliosa d_1gressao, dando a rras ao sentimentah smo de quem escreve e teve a felc1dade de 0 conhecer desde a sua mocidade neste traba lho apostolar que n ão h á pa lavras suficie ntes par a engrandecer e admirar . Abra– mos pois um par êntesis, repito, para dar ensejo à voz do coração. l;, li:· * Ainda pélos ídos de 1900, tive a felicidade de conhecer a famí– lia com a qual se haveria de ligar para sempre o Dr . Otávio de Freitas. Devo esta fe liz cfrcunstáncia - faço ~mpenho em assinalar - ao meu e.." -compan heir9 de estudos ~ ta.mbém d e convi':'ência nu171a ."r epú– blica" em Recife, o meu entao Jovem colega Luciano Martms Veras que depois ocupou importantíssimas funções públicas no R io Grande do Nor te, sua ter ra na~al~ e n,a Çao1tal -:la República, como engenheiro civil de _grandes aptidoec; tecmcas. Em 1900, pois, Otávio d e F reita!' noivava com d ist inta senhorita da socieda~e pernamb!-'cana, D. M_aria Castro, filha do provecto ju– rjsta dr. _Muwel J oaquim de Alme1.da Castro, e_x -presidente da Prov~n– c1a do R io Gr ande do Norte, se assim me permite a memória conservar êste episódio histórico. Assim , conhec,: pessoa lmente o Dr. Mi_guel Castro, iá em idade a_v?nç?d~. afavel e bond_oso, se b em Qt\e demonstrando a inda nos t raços f 1S10l;I0~1cos uma energia b em condu71da e nunca recusada em pró! da colehv1d ade . . Chefe d ~ família excmP,lar, frequentava-lhe e u a casa, em com– panhia d~ ~ uc1ano Ver_as, e Ja o,utras vezes em compa nhia de Miguel Castr9 Junior qu e e ntao c_onc!u.ira :,cu,s estudos na Alemanha sendo possuigor de um cab~dal. c1cnt1f1co nt'tavel. a par de uma~inte_gridade de carater ~ de uma inteireza m oral auc me deslumbravam. Por fim, a .':101Je do Dr. M1_gue! Castro ocorr ida no mesmo ano q~ 1900 ou 1901. (Ja nao me ocorre a le::nbrança) e os seus funerais r ea– lizados cm Reci fe, tendo e u. comoareç1do a. todos aquêles a tos pesoal– mente, amoara!)do o, ~eu Jovem amigo Murnel , tristemente d esolado ante tamanJ;lo mfor tun~o. proçurandc, consolá-lo, e sempre demons– trando a mm!'ia 1rrestnta e smcera rnlidariedade em tão grande dor que se es~end1~ a todos os membros <la fam ília Almeida Castro . ' . O ar, Miguel Castr o morreu a•is 68 anos de idade O seu filho Mig uel. m_ais ta rde Guarda-M"r da Alfá!']dc11;a do Pará, sempre pcrma– ~cceu amigo ~- da mesma sorte. a fa:mlia Cast.ro. pouco mais ta rde Jr_gada pr lo h1mene lf .~e D. Ma ria ar, d)·. Otávio de Freitas, comparti– lhando das _suas. glo11as e d_os seus t nu~fos e boie compar tilhando <''.)n?sco da l:lor 1mÇ!nsa de !1ª '? termo~ mais entre nós essa figura vito– no~a. que amda nos S!?US. ultunos anoc; de vida teve a energia moral :m.f1CJ~pte de ser .o nrmc1p_a l .fundadur do Instituto Pernambucano de H1~to11a da M~~cma, - a 1dé1a louca de Ivolino de Vasconcelos _ que hoJe te ma felicidade de ver concretizado o seu sonho nos aplausos

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