Revista da Academia Paraense de Letras 1954
,J REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE !)E LETRAS :;3 nj,.odlancan~o san~ue _pela boca, padereu muito e morreu etico no colé– gio a B.ahia em. Janeiro de 1583. . No~ tambem estamos oonvencido, diante do documentário ofere- cido pelo ilustre autor do trabalho a aue me refiro que foi o padre Ma– noet da Nóbrega a primeira vítima e o primeiro portador alienígena do bacilo de _Ko_ck, quando ~e sua viagem missioná-ria à terra ·do Brasil. "Est~ convicçao tanto mais se fortalece se considerarmos que o gi;_ande N e virtuoso s~c~rdote, o~·denado em Coimbra. conviveu com 'o Mestre de d oviços Antoruo Correia, o qual, reza a crônica contemporânea, "morreu e uma febre tísica, magro, lançando muito sangue pela boca". Reforçando esta opinião, o cronista Simão de Vasconcelos ,a que se reporta o insigne historiador patrício Max Fleiuss, infelizmente já desaparecido, descreve-nos aquele virtuoso missionário aos 30 e poucos anos, vestido de uma velha roupeta remendada, de alpercatas de corda, senão descalço, BOFANDO SANGUE. pálido como cera, NOS ARDORES DA FEBRE ETICA, em constantes jornadas, de léguas e léguas, na Bahia, em São Vicente e no Rio de Janeiro. com o breviário pendurado no pescoço e o bordão na mão, arregimentando colonos e índios que expulsaram os calvinistas e os colonos fran,ceses". (Apostilas de histó- .ia do Brasil) Max Fleiuss. · -:,, ;;, ;;, Afinal, 1900 assina1a o ano em que se inicia o combate à peste branca pela fundação da LIGA PERNAMBUCANA CONTRA A TUBER– CULOSE, solenemente instalada no Teatro Santa Izabel, a 19 de agôsto, ficando a sua diretoria constituída por Otávio de Freitas, seu principal fundador, e mais : Antônio HerrheneJriido· de Castro, Costa Ribeiro, Martins Sobrinho, e Bernardino Màia. Estava assim lançado o marco vitorioso que teria de ser a grande história da luta contra a tuberculose em Pernambuco. DeixaiVa-se assim anL~ceder Otávio de Freitas em Per– nambuco. apenas oor Clemente Ferreira em São Paulo. e tão somente, alguns dias, por Hilário Gouve ia e Azevedo Lima no Rio de Janeiro. Aliás. como acadêmico de medicina iú Otávio de Freitas havia sido interno da Policlinica de Niteroi traba 1 hando como assistente de Hilário Gouveia. ' Desde, então, deixa a tuberculose de ser um problema exclusiva– mente médico para se tornar um problema econômico e social. A clí– nica já enriquecida pelos trabalhos de laboratórios. pela descoberta dos raios X em 1895 oelo ilustre sábio Rcentgen, enriquecida ainda pelps conhecimentos tisiológicos e a profilaxia orientada pelo método estatis– tico, já nos ia dando uma idéia nítida de segurança no seu tratamento, de confiança no porvir, condi<;Õas indh:pensáveis para o seu progresso e vitória <!,o seu empreendimento. · . . . Nao quero cala~· neste instante o meu alto respeito e smcera admi– racão pelos médicos de outrora que sem os recursos de hoje. fornecidos pelos laboratórios, auscultavam percutiam, coligiam sinais clínicos, diag– nosticavam e prognosticavam •com 'um senso admirável. parecendo dotados de um sentido desconhecido que os levava muitas vezes ao apogeu da glória. pela exata perfeição dos dados concluídos. . . Otávio de Freitas iniciou seus trabalhos em Pernambuco Ja orientado pelas descobertas de Kock e de Roentgen, já auxiliado por enférmeiras técnicas diplomadas e de inteira confiança. Tomava, porém, o combate da tuberculose oulmonar úm aspecto inteiramente nov.9, do p_onto de vjsta econômico; nuis o imperativo econôJnico já ent~(? dominava, como até hoje. t ôda~ as leis e todos os movimentos SOClalS. . . Otávio de Freitas foi assim - dizemo-lo sem favor - nm dos pione iros em P ernambuco o maior da medicina social que só t o,nou !ncremento notável em nossa pátria depois das lições memorá ·Jeis, imorredouras e magistrais de Mie uel Couto . .1). pest~ branca, infelizmente. se estende de J:iQJ:.te a Sul da v1st a e~te nsao terntonal do Brasil e aoesar de todos os progressos da t era– peutica, da intensidade do com.bate aue lhe oferece a medicina , dos Ptr9gressos recentes da higiene social. ela permanece e r esiste. consti– ;wndo grave endemia aue requer a vigilância méqica em todos os ins- '
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