Revista da Academia Paraense de Letras 1954

)J. REvis;rA DA ACADEMIA PARAENSE DE ,'ll:TRAS 51 DE FREITAS de AVERTANO ROCHA (Tese· a:presentada ao 2.° Congresso Brasileiro de História da Medicina, realizado em Pernambuco, de 14 a 21 de julho de 1953, e aprovada unânimemente com menção honrosa). Corria o ano de 1900. Contava eu apenas 16 anos de idade e fre– ·quentava então o primeiro ano do curso de ciências jurídicas e sociais, como aluno da vetusta Faculdade de Direito de Recife, funcionando esta à Praça 15 de Novembro, situada ao fim do rua do Imperador, junto à Matriz do Espírito Santo. O historiador, quanto mais velho é, mais saudoso. É "-saudosista'' pela própria contingência humana . 1 Com saudade, lembro pois, a Matriz elo Espírito Santo, onde o já encanecido P adre Porffrio celebrava. com pontualidade admirável, a missa dominical, à hora do meio dia. Missa concorrida, especialmente pelas famílias aristocráticas d e Pernambuco, entre outras a do Gover– n ador do Estado, Dr. Sigismundo Gonçalves, que ali · comparecia pes-• soalmente e quase diríamos, indefectlvelmente, todos os ,domingos. Ao alvorecer do século XX, agonizava o romantismo no Brasil, surgindo a escola n atur alista· que encontrou como principal represen– tante o talentoso maranhe nse Aluíziú Azevedo, cuja estreia nas letras pá trias , por ocasiã o de publicar "0 .Mulato'!, encandalizou , de- certo modo, os meios intelectuais do grande círculo i ntelectual brasileiro . Pernambuco, ou melhor Recife, cidade bem cognominada "A Veneza Americana", vinha mantendo. firme a sua honrosa tradição de Cultura, cioso das suas prerrogativas de pioneiro das letras, já alicer– çadas pelos v ultos· mais notáveis Ja história oomtemporânea, tendo à frente 'fobias Barreto, cu.io nome ai1Jàa repercu tia vantajosamente nos largos salões da Faculdade de Direito. como um brãdo de renovação rto mundo ju;:ídico. Já então era considerado o Direito um simples epi– só.dio dá v ida universal, destarte em relação de dependência com tôdas as disciplinas da natureza, inclusive a medicina. Bem nitidamente, com efeito, deixou Tobias .Barreto demon strado as correlações existentes entre êstes ramos do saber humano, no, seu interessante e sempre atualiza do opúsculo, denominado "Mellores e loucos" . . • . Ao lado de homens notávei.,, na _li,teratura, ~o j~rD:alismo, na c1~nc1a e nas artes, tais como Clovis Bev1laqua , Martins Jumor, Adolfo C1rne, Artur Orlando Gonçalves Maia, Teotônio Freire, Baltazar Pe– reira, Manoel Caetano: além de mu1t0s outros, a Clinica Médica de Per– ~ambuco mant_inh~ uma equipe d!i: médiços que se. d~stacavam como el:!trelas de. primeira grandeza·• : Raul Azedo, Constanc10 Pontual, J oa- quim Loµ1:e1ro, Si~çes Barbosa, por último, Ç)tá'{io de Freitas. , . , . Imc1ava Otav10 de Freitas os seus onme1ros passos na chmca medica. Conhec\-o então naquela éouca, pois tive a ~ortuna de contar como COf!lPanhe1ro de "r epública" a}guns colegas p1auienses que lhe ~;-.am afeiç?a_dos . J?e~de aí comecei a simpa t!zá-lo. Cham1:1do a prestar dêl! ~uc~~; 1 viços ~!micos aos ~studan tes, quaisquer que fossem , jamais Al' _ava. os Just<;>s e merecidos honorários de se us serviços clínicos. sóbrio a1;tlcadmprefs:5 1onava-me aquela figura de apóstolo: a ustero, 'A 0 ,. a ave!, modesto, ,culto. a sua te n~1;ct~-tu 0 ra ~ra o 1 nímoda, mas desde logo se foi manifestando Cam v . cac1ona para os estudos da tisiologia. b , peava _!nf-:rene a tuberculose em PeTn ambuco Em Pernam- uco some nte ? Nao · no B · ·1 · t · · A" d · · de a ect ·. , 1 rasi m eu o, m a mais· era a "peste branca" b fpd O umversu • As classes ma is pobres o~ m esmo medianas e ftotse:toªk~~~ª ~! ~i/e~ tribudto ao 1:1al que foi objeto dos estudos de d 1 •· . " ª.!1 o os e :f:>asteur_ com ~ seu postulado escl are- ce or e ummoso , Toda enfermidade infecciosa é produzida pelo

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