Revista da Academia Paraense de Letras 1954

,, REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE J .ET.11AS "Rancho Fundo", e resemos com êle o .misereré da Dôr , que, como um roteiro em sua ex istência de sacrüicado, serviu-lhe de Musa Ideal e única, integrada na carne e na alma de seus versos opulentos. Vejamos e não esqueçamos, por fim, êste conselho de seu ''Ro.: teiro Humano" : "Toma o teu sonho e vai ! Há sol pelas estradas e murmurios de fontes encantadas !... Que poemas de sons em cada ninho ! Que prodígios de luz em cada flôr ! Nenhuma rosa com espinho, nenhuma alma sem amor..." "Toma a tua dôr e vem ! Há sombras nos caminhos. por onde voltam corações sozinhos . . . Flôres emw·checeram, aves emudeceram . . . luzes baças ... fontes a secar com os olhos cansados de chorar ..." \ E, como fecho desta palestra um soneto de Tsivernard e um poe- · ma não incluidos em "Místicos e Bárba ros" : Para que? Um dia hás de saber! . . . Mas, então será tarde, será tarde demais para poder voltar. e fazer esquecer , e num gesto, apagar todo o horror que ficou de um minuto covarde. Terás pena, talvez . . . E que essa pena guarde, sem te fazer sofrer, sem te fazer chorar, a triste evocação de uma longínqua tarde, em que impossível foi entender, perdoar .•. E viverás tambem êsse torpor sombrio . dos crepúsculos, que, como o meu sentem fno, têm saudade do sol, e não querem morrer ! . • • Um dia, saberás! ... Mas, para q ue ? . . . A Dôr , se traz a redenção, não ressuscita o amor .. • ~ ssi!J'l, h ei de calar .. . F icai:ás sem saber! . .. (Revista "Guajarina'' ) SOB AS BRU_l\IAS,· EM SURDINA Esta é a canção do outono, a canção que compuz, , a meio tom, na meia luz, ' num começo de ocaso e de abandono,

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