Revista da Academia Paraense de Letras 1954

t REVÍSTA DA ACAÍ>EMÍA PARAENSE Í>Ê LETRAS 1 'Ah, se eu pudesse, minha mãe querida, só escutar ias, .tod~ a tua vida, rindo pelo ar , o pr imeiro toque, sempre a ressoar ..." 45 '- 1 No ecletismo da arte vigorosa de Antonio Tavernard se agitam contrastes de idéias e conceituações perfeitamente justificadas diante do potencial inspiratório que r efluía em seu s motivos criadores, tal sucede no P órtico de "Místicos e Bárbaros", como numa Profissão de fé: "Eu quizera, em meus ver sos, a alvorada de todas as belezas triunfais... · Deslumbramentos de meios dias tropicais fulgissem em suas estrofes, como a luz das gemas, que or a murmurassem, ora rugissem !" Q~~ fôs~~~ · ~~~~ · ~ ~~1: ~ ·f·ô·ss~~ · c~~~ ~ · p;á{~,' · violentos e sutis, lascivos, virginais, com negrumes de npite e albores de carnbráia .. . De rítmos moldados às idéias ; e de ima·gens segundo as sen sações ; cmo as paisagens que fôssem interpretar, nunca forçados, - fluentes como os rios !" Seu ideal estético êle s.empre o realizou, pois os seus poemas, em que a crítica cisuda encontra ria certas justaposições melódicas des– locadas auditivamente, transfundidos, entretanto, em emoções conta– giantes, são todos de uma substância lírica poderosa, reveladora do poeta nat ó, possuidor de uma estesia pessoalíssima . Disso se infer~ que a sua posição coroo a rtist~ seria no índice dos poetas neo-Hricos-par nasianos, como um MenottI, um J • G .. de Araujo Jorge, pela pujança com que apresent~ os temas d~ amor v1nl! d e l an guescente lirismo, de messiânico humanismo, como este resumo • "Quando enfretei a vida, iluminado pelo fanal do sonho e da ilusão, P a rsifal da Esper ança, abroquelado no escudo do Ideal, em eclosão, d e1:itro em meu peito másculo vibravam qumze anos sem,nanchas, quinze anos cla_ros, risonhos, árdegos, ufanas, 9umze brados de luz, que m e incitavam a conquista da, glória e da fortuna !" "Amei ! E o amor me trouxe esta saudad~, férreo cilício que me envolve a alma .. . Preguei a paz ! E o mundo deu-me a luta feroz, tremenda, onde pe rdi a calma ! . . . " Identifiquemo-lo, ainda mais em "Germinal" : "P uberdade do tempo, a primaver a deixa a t erra mulher ...

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