Revista da Academia Paraense de Letras 1954

,t 40 REVISTA DÁ ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS O presidente Çosta Ferreira leu o verso e r espondeu : "Na d úvida deve o poe ta Sair d'aqui desde já" . Efet ivamente, Cascais deixou o emprego e fundou o " INVESTI– GADOR MARANHENS.E", que circulou de 1836 a 1839. _ Quando foi ina ugu rado o p r ime.iro prelo no Maranhao, em 1821, revela Ca rlos Rizziili, compareceram á solenidade muitas damas, dis– tintas e for mos3s, que der am graça e realce ao acon tecimento . Antes de ser irnp, essa a primeira folha, um dos jornalistas presentes ao ato, pegou d a pena e imp1ov isou es ta décima : •·c artas deidades, um dia, Seguidas do Deus Vendado, For ai 11 ver por desenfa<lo A nova tipografia ! , Uma página se imprimia, Não sei de que natureza, Mas Cupido com destreza T ais \•oltas no tjpo deu, Que n a estam pa apa receu : Viva o Amor ! Viva a Be leza ! .1<:ram assim aqueles jornalistas do século XIX, mi;;turando a cr itica ·mordaz com o gala11teio ; a linguagem candente com a lingua– gem romá ntic~, abandonando o gl_á~io par a tomar d a lira, nessa se– quência que so os homens de esp1nto podem gosar, sem que se lhes desfaça a per sonal idade . Vejamos êste exe mplo magnifico de amor a profiss:Ío: Era Libero Badar ó r edat or e proprietá rio do " OBSERVADOR COI\'"STITUCfONAL", que circulava em São Paulo no ano d e 1830. Apesar de italiano de nascimento, estava pr ofun damente inte – gr ado n ::i camp:mha nacicnalis ta ql:e exaltava os homens de su a época . . . . Co,110 jornaltsta e llberal, do porte do nos~.o João -I3'.übi, a sua ati tude no órgão que dirigia com desassomt 1=0 e audácia, não era bem vista pelos adversários . E daí o bárbaro atentado que sofreu , na noite de 30 de Novembro de 1830 . . Libero Bada ró sabia que não podia escapar à gravidade dos feri– men tos. E enfren tou a morte como defrontara, na s ua profissão, a ad ver– sidade e os pod~rosos qu e combatera sem medo, de frente . B, sem d eixar que lhe tocas~em os médicos que desejavam ope– r á-lo excla:-11a, quasi sem fôrças, mas olhand o de frente os seus discí– p ulo; e amigos : - Morre um liber a l mas não morre a liber dad P ! Essa a liç5o ex t raordinária dos jorna listas de boa têmper a ; d a– riue les que fazem da profiss5o um sacerdócio, para q uem os poder os os n:í o tem fôri'us s uficientes pa ra vPrgá-los às suas conveniências, e o fastiôo do poder e as Jantejoulas da am bição são impotentes par n cc– i:, los ou s ique r perturbá-los. l\J ::irch::nn irnpavid::imen te, no cumprim" nto do dever s;1grndo . P or– a u e, ::i jorna l i:;t ::is como vos sois, se>nhor ac:irfêmic.o ,Toõo Alfredo de 1\-frmdonça, pode remos d izer, romo dizia o ilumin:ic'o P :idr~ Antônio Vi– eira nu._1 dos seus sermões ;

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