Revista da Academia Paraense de Letras 1954

38 REVIS't'A E>A ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS "Esta omissão parece-nos um passo decisivo para a se– paração de Portugal do Brasil, o que na verdade sentimos ve.Êl.ha a ser um dos efeitos desta r evolução". O jornalista tinha razão. Aconteceu, realmente, o que previra e publicara no seu jornal. Tendo o "CORREIO BRASILIENSE" editado em Londres, como procursor do jornal informativo e doutrinário. surgiu em 10 de setem– bro de 1808, a "GAZETA DO RIO DE JANEIRO". Embora fôsse grande a resistência dos reinois que não viam, com bons olhos, o desenvolvimento cultural dos brasileiros, e tudo faziam para entravar a instalação das modestas tipografias, é certo que o exemplo de Hipolito de Mendonça ganh ava adeptos. No Maranhão e no Pará. ali em 1821 e aqui em 1822, apareceram os primeiros jornais: o "CONCILIADOR DO MARANHAO". sob a orientação de Antônio Marques da Costa Soares, e o "PARAENSE". da direção de Felipe Alberto Patroni Martins Maciel P arente. Com o decor rer dos anos, novos jornais e novos e ousados jorna– listas apareceram em Belém. . Quasi toàos os jo1:na is traziam dísticos expressos em versos. tra– duzindo a orientação dos seus proprietários . O "SAGITARIO", que era órgão dos liberais -moderados, a.ore– sentava êste : "Os deuses não: os homens combatemos : Peitos e braços nós como êles temos" . O "CORREIO DO AMAZONAS". da direc5o de José Ribeiro Gui– marães, trazia a legenda : ''A verdade que eu conto, nua e pura Vence tôda a grandiloqua escritura". A "OPINTAO", de propr iedade dos liber ais, redigida oor J oão Ba– tista de F igueiredo Tenreiro Aranha, apresentava-se com esta inseri- cão: "E os que depois de nós vierem, veiam Quanto se trabalhou por seu resp eito. Porque êles para os outros assim seiarn" . Nos dias tumultuados (]Ue precederam a cabanaJ?em. chegou a Belém um jornalista cearense, que já estivera no Ma ranhão. a tassa– lí1:mcio a honra ôa sociedade local, tornando-se, por isso m esmo, temido e odiado. Era Vicente F erreira de L avôr Paragaio. Mandou buscá-lo, para as contendas da época, o conego Balis ta Campos. Deu-lhe para dirigir o anti_go ''PUBLTCADOR AMAZONIENSE" cu io nome foi mudado para "SENTINELA MARANHENSB NA GORI'l'A DO PARA". l~s,;e jornal que fazia de sen alvo 1né'dileto o presidente d a pró– vln cia, Bernardo Lobo ele Souzs. atacando-o de modo desabrido. com e propusito de aturdi-lo e atormentá•lo com a opinião pública, tinti... \.::,mo çlistico ê:.tes versos :

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