Revista da Academia Paraense de Letras 1954

REVISTA Oi\ AC:ADE\\IITA PARAENSE DE LETRAS •:cre1o em TI, meu Jesus, escondido , nêste augusto mistério do altar; Creio em TI; meu amor Incontido aqui vem Teu amor procurar. Orelo em TI; nessa hostla, latente, minha fé Te vê claro, ó meu Deua ! Tão perfeito e real, tão presente como está.e Junto aos santos, nos céua". "Creio em Ti, em Teu eangue fecundo, que sedento de eterna efusão, oontlbúa o resgate do mundo renovando na missa, a Paixão". ········ ....................... .... ·· · ······ .,Creio em TI 1 que ns espécies ele pão Te reduz para seres o nosso al!mento, pão da vida - ô Dlv1no Jesu11". 35 1 Se o cbJetlvo que vos trouxe ao Parà foi Gsse grandioso espetàcUlo cuco.ri "• tlco, m\lltlpllquem-se os louvores ao la bor e ânimo de D. Marlo de Miranda Vilas Bôas, amado arcebispo de Belém, n essa tarefn quase sobreumana, de tranefonnar esta terra em uma Imensa catedral e nela acolher milhares de cristãos de todos os ângulos do Brasil, deslumbrantlsslma catedral que foi ésse VI Congresso Euca– rístico Nacional, aflnnação da 'fé e do pensamento humano no apostolado das doutrinas de Jesus e confirmação transcendental de que Cristo vence, Cristo reina sôbre tôdas as cousas, Cristo Impera em tO-das as emoções da nossa alma. E graças a essa fascinadora concentração católica. que empolgou a religiosi– dade dos que têm o coração elevado ao Salvador' dos l.1,1,tmdos, o Sodaliclo dae letras paràenses, para receber-vos no Júbilo que esta visita desperta, ornamenta-se agora de todos os encantamentos dêste ocaso, quando o sol, n a longín qua dis – tância do horizonte, numa revolução de côres, tem a similitude de uma hostla do ouro e de sangue. . Desçam bênçãos sôbre o Instante em que a fidalguia dos meus pares esco– lheu-me para em vós eu saudar quatro centenários e melo de vida cristã que o Brasil po3sul, porque esta terra nasceu gloriosament e cristã. pelo batismo que lbe rez frei Henrique de Coimbra, quando, com duas traves de madeira regional, construiu a cruz do Nazareno e ante os olhares atônitos dos selvfcolas, rezou a primeira missa nas novas terras descobertas pelo navegador da Luslta\1la. Louvo o trabalho da Igreja nJudnndo n construção desta pátria, desde os seus primórdios . A vida de humildade dos seus padres e mouJes está perpetuada nas editlcações dos conventos que se espalham por chapadões e vales de todos os recantos brasileiros, brazões de umn arquitetura que velo da Antiguidade, atra– vessou a Idade Média e chegou aos nossos dias cerno um marco da tenacidade dos · Iniciadores de uma obra Imortalizada pela sublimidade de servir li posteridade e que re!ulge, em halos de luz. porque legou a uma nacionalidade um pa trimônio vasto de riqueza e civilização, numa empreitada not ável, que na órbita educac!O• na!, vem tornando o Brasil mais forte parn os ajustes do futuro. Através de mais de qua trocentos anos a vossa Igreja tem sido a coluna m estra do edltfclo nacional. Sem a sua decisiva colaboração, talvez o govêrno português capitulasse na conservação da nossa Integridade territorial. Se ao lusitano deve– mos o descobrimento da terra, se â êle devemos a Hngus que falamos, nl!.o é pas– sivei nega r que foi a igreja,, na a rregimentação da fé, que formou n a vanguarga de tõdas as nossas lutas. Na expulsão dos a ventureiros da França Antàrtlca e dos holandeses, a ação direta e noblllsslma do clero constituiu a. a rma mala po– derosa para a vitória dos nossos. Temos a alma de origem cristã. Nascemos sob um flrm11mento, em que. à. noite, resplandem ns estrelas do Cruzelr::>. Somos lrmiios de f rei Caneca e Bar– tolomeu de Gusmão e os dois primeiros n om es que o Brasil recebeu no seu ba– tismo estii.o llgacloe li cruz de Cristo. Por todos os rlncões a i estão Estados e ci– dades, vilas humildes e lugnreJos adormecidos com nomes em homenagens 11 santos da Igreja, testemunhos da religiosidade dêste povo quo anseia viver eter– namente sob as bênçãos do Rabi da Galiléia.

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