Revista da Academia Paraense de Letras 1954

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS alelulias, teremos como realidade os vatlclnlos de Coudreau e as miragens torrno- 11as da profecia de Humboldt. Sr. Cardeal Legado. Vossa visita. a esta cidade é consequência da celebração do VI Congresso Eu– carístico Nacional. E êsse Congresso, que vem de se realizar sob a mercê de urna Intensa chuva de exultações, em que vimos resplandecer o que hã de mala belo, de mais profundo e singular no esfôrço da Arquidiocese paràense, não só foi ato 11lgni!lcatlvo de aproximação dos filhos da mesma pãtria, Irmãos da mesma crença, como obra abençoada de unificação, de multiplicidade e opulência de confiança n as tradições da Igreja do sereno Semeador do Bem e da Caridade. Um congre&So eucarlstico é a semeadura magnânima e sacrossanta de compreensão e de amor entre os homens de inteligência e de coração. Exprime harmonia, caracteriza fra– ternidade. E êsse a que acabamos de assistir eternizar-se-á na sintonia magnifica da história crlstl, à suavidade evangél1ca da música dos carrilhões. Nesta festa de amizade entr~ homens que expressam os seus pensamentos pela formosura dêste mesmo Idioma, - a "última· !lôr do Laclo, Inculta e belá ", - quando Belém, por vosso Intermédio, recebe a visita e as "bênçãos preciosas do P ai comum da Cristandade", a vossa presença nêste templo das letras paràenses, como representante de s. s. o Papa Pio Xll, é a celebração da missa glorificadora da Luz e da Inteligência. Deus abençõe i!ste momento solenlsslmo, em que, cantando salmos de ale– grias, nesta homenagem ao Sumo Pontífice, a Academia Paràense de Letras rende também cS seu culto de admiração às vossas virtudes sacerdotais e à vossa brllhan– tlsslma cultura. Em"" vossa peBSôa, sr. Cardeal Legado, eu saúdo as glórias da Santa 'Madre Igreja Católlca Apostólica Romana. lutadora desde os seus princípios, gloriosa no passado, vitoriosa no presente e asslm serã pelos séculos em fóra. De balde a explosão do ódio dos que a combateram, desde Herodes sa.ngulnário, quando ao saber do n ascimento de um rei, que uma estrela anunciava, lavrou o decreto de morte a tódas as criancinhas, até os nossos dias quando as ldeologlao soviéticas preparam exércitos para a aniquilação do mundo e conspiram contra a Igreja do Senhor. Há. quase dois mJI anos a palavra do Salvador dos Homens vem atravessando 011 tempos, porque o seu reino não tem fronteiras e Cristo é luz; Cristo é Deus Da forma do homem e Cristo é o poder de Deus. Os reinados, os Impérios mais fortes engrlnaldaram-se de famas e esplendores, mas todos, ao fragor das procelas do orgulho, rolaram nas decadêpcias, desmoro– naram-se e desapareceram para sempre. o poderio invenclvel de Cesnr extinguiu-se ;,ela consplraçllo de Cãsslo e de Bruto. O faatfglo de Otãvlo enfeixa-lhe nas mãos o poder de Roma. A seus pés prostram-se exércitos e povos, e sendo-lhe pouco o <1omfnlo do mundo como Imperador, delira na esplendêncla de· uma "d1vlndade" flctlcla . E todo aquele poder, que parecia lmposslvcl sucumbir. desapareceu na voragem dos tempos. O Império de Cristo, sem legiões armadas, sem elmos e sem lanças, apenM a nruz cintilando como broqueis de aço, vem triuntante de séculos em séculos. Quando a ambição e o orgulho frutificam no coração dos que acreditam uni– camente nas máquinas modernas de destruição, só o Filho do Senhor defenderá · o seu mundo, e, nesta tarefa contra os Iconoclastas da fé e da paz, a inteligência ainda será a arma que o mais precioso serviço pode prestar aos povos que_ não querem sangue. Para o mundo viver com os seus direitos de paz assegurados, não há negar que precisamos de Cristo. A Inteligência precisa colaborar com Cristo e O. cultura eó será bela e resplandescente a ser viço dos mandamentos de Deus. Nascemos sob o divino amparo da Igreja do Pai e somente nela o nosso co– rnçúo sente a alegria da vida. Nas ãguas lustrais, não nas do Jordllo da Pales– tina, mas na pia batismal, os nossos pais en t regaram-nos lt proteção da Cruz. Na luminosidade dos seus altares recebemos a mulher que Deus nos designa para espõsa e mãe dos nossos filhos . Quando a própria cléncla vacila ou retarda, é aos pés ele um crucifixo, multas vezes com làgrlmaa nos oU,os, que vamos rogar pela saúde de. um filho, pela vida das nossas mães. E' diante do. Cruz que oramos pela felicidade dos nossos entes e da pátria. Oremos n l!ste Deus, como credes vós, sr. Cardeal Legado, quando escrevestes ãte11 veBOII: r

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