Revista da Academia Paraense de Letras 1954

I REVIS TA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 3:3 SAUDAÇÃO A.O LEGADO DO PAPA de WENCESLAU COSTA (Cadeira n . 2) (Discurso sa u d:rncto S. Emlnênci~, o CardeeJ Dom Augusto Alvero da Silva, Lega.do de 5. S ., o Pap;, Pio xu, pronnnclado na sessão solen~ dêste Sllogeu, r c;>Jiwd~. P. 18 de agôsto de 1953.) As por tas da Amazônia abriram-se há pouco para apertar tantos lrmiios no selo desta cl clnde que se banlla nas 6guns fulvns do GuaJará à qual Caldeira Cas– telo Bran co, há três sécu los e melo que a história reglstrn, deu o nome de Santn Mnrla de Belém. NH. perma n ência de algu ns dla-s un exuberância da plnnicle, onde senttst,•s a a rdência escaldan te dést e sei Incomparável dos trópicos, decerto os vossos 01hos em briaga r am -se na beleza e deslumbramento do equador. e ns vossas pup!las, assim, extasiadas, viram qu e por êste vale gigan tesco, deS<;endo dns bandas da cordll)lelrn dos Andes, soberb~ t majes,tosn, ;óln a mnlor artéria !luvlai do globo. Nesta desordem da n a tu reza, onde as florestas se enriquecem da au.st.erldade das cast;inhelras e do porte vlr!l das seringuelraõ, ind!ces fundamen tais das nos– sas riquezas, dns ,1ossas esperanças e fantasmagorias, cer tamen te vistes que ho– mens e m ulneres; qu e velhos: moços e crianças, no crlsol abençoado de remotns t radições, fundem os plla res augustos de uma raça de lutadores e de um novo mun do, que f icará uo r itmo da grandeza histórica das épocas 1·Indouras. Orgulho-me de dizer -vos q.ue , sob êste céu de safira, pudss!mo como os olhos de Ma rta , patrulhando os e;>stumes e princípios legados pelos nossos antepassados, aq ui vivemos exclusivam ente para o culto perene da rel!glão em que nascemos, amando a vust1ct;;,o e a te rra, venerando o ouro e a esmeralda que panejarn na puicrltu de da nossa ba ndeira, que · tremulou vitoriosa nos campos paraguaios e que foi a primeira a receber os l)e!Jos das nuvens e das estrelas. levada pela nnve nérea de Santos Dumont. No con t acto com as nossas cousas. desde o dealbar da purpura Irradiante da alvorada, onde h á rebentos de policromia, até as horas altas da noite, quando n o Infinito palpitam os fulgores das constelações, vistes que no pórtico encan– tado rléete novo Eden, on de '6c levanta n me~rópole radlosn do EI Doràdo. t udo ~ exuber11ntemente belo. Na Imponência do bronze que reves te os nossos montunentr.~. dlr-vos-el que dormem quase quatrocentos anos ela nossa v!da e nns iorres pontengudas dos no880s templos secu lares, Onde geruçõe 8 e gerações têm curvado os Joelhos dian te dos seus alta res, encontrareis n alma católica de um povo·, na epopéia Inebrian te da sua f é nos destin os hieráticos da Igreja de Jesus Cristo. A dois pas3oe daqui, n a magnificência da praça, vêcte o testemunho heralcllco do en levo e do gílnio a r tístico dns nossos ancestra!s, traduzidos nn plenitude dne sun tuosas llnh3S e,. qulte tón lcas do n osso teatro, - admirável símbolo de ar te e de glórias Imorre– douras. Nêstes dias festivos que viveis no umbral da selva tumul tuârla, possivelmente VC'ls falarnm dna .. •úra.s e ulrni,urús; do sort..llég lo dns mu1rnqu1tãs sngi:odas dns lcam!tibos; das amazones que Orelann divisou nns margens do Medlter rãneo ama– zônico e da maravilh a eterna daa vltórlns-féglas, n ol\•as das !Úas e do sol. E dian te dêste conjunto embriagante de belezas e de lendas, de abundãnc!a de úguns e de ma tas, direis que aqui é o reh10 de uma gente Imensamente reuz. Sim, felizes pelos tesouros que possu!mos. como pela extensão lnnnitn dn re– sigu ação. Ven t urosos, pela espernn çu ela r~s.5ur r~:çào cios nossos d h o de bem-aven– turança . embalados pela orqufstraçlio r clJcldc das c~chcclras e llusücs cantantes da poesia . S\m, ditosos, porque a Am<lzônta é a solida riedade de Irmãos nêstes Intermi– n áveis per!odos de esquec!mentos e angústias; ó a constância no seu Idealismo e ná certeza de q ue um dia set-noa-lio desencantadas na utoplae e, entre hino& e

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0