Revista da Academia Paraense de Letras 1954
., REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 25 os sonhos de embaixador . . . O certo é que dêsse frlvolo Inciden te llterl!.rlo, que se encerraria sem m a iores consequén clns, pois era suscetível de encontrar sua Justa lnterpretaçAo, resultou uma lndlsposlçAo parn tôda a vida. E Isso por que ? Por mlnhn atitude retilínea. D'~s apôs a conversa de llvrarll), estava eu 110 escritório .de Alvaro Moreyra, na revista que êle dlrlgla , quando chega Qlegàrlo . F ala amis tosamente com o diretor da "Dustra çAo", e se retll·a. Alvaro perg unta -me, Int rigado : - .vocês nAo se dAo ? - Por essa atitude d êle, parece-me que n ão - foi a minha resposta e . .. a minha d eels!'lo. Butquel uma origem p ara semelhante conduta . E só encontrei aquela : a con– versa da livrnr!n . Essn coisa aparen temente sem Importân cia foi a causa rem ota d a campan ha surda, pertinaz e Impertinen te que quase me priva d a sa tl8faç!io ele oferece<' à terra n a tal 11 poltrona que há quase vinte anos ela m a ntém n o m a!s d isputado Instituto de letras do pa is. Nunca um homem levou tão alto o Idealismo que trouxe cio b erço : o de al– çar-se d a rorJa , em que teceu os florões de bronze, porn recoroar a terra na pes– soa do filho humilde. Por outro Indo, nunca um Individuo levou tão lon ge o prazer da vingança, n séde do ódio, a virulência do despeito e as raizes da mal– querença do que o Inimigo Impenitente que me coube vencer na luta pela Ac:t– d emla. Minha Jornada foi épica . Sem pretenções a Ulisses, Rolando, Enéna. Cid, Qu!– xote ou D 'Artagnan, tive de empregar tõdas us armas de m eu engcnllo p ~ra con– quistar a cidadela que tão dtrfcll se mostrava à u1lnha estocada . E ' que d entt·o dela , um Inimigo Investia, sa botando o traba lho lntelectu :,l ' ' que eu realizava cà !Ora. NAo ndla.1ltava publlcar livros, alcançar prêmios, co nse- guir lâureas, firmar urn nome. Porque toc\o o processo lrltelectua l da rnluha as– piração estava submetido no cupim que devastava interiormente a mlnhn repu– ia çilo, apelando para a ca lúnia, para a diatribe, pa ra a lnformaç!lo tendenciosa . µara a versão errônea ou suspeita. , Não poucas vezes tive eu de entrar com a testados e apelar paru test emunhos no sent'.do de restabelecer a verdade dos !atos, aquela verdade sem a qua l o In– dividuo acaba duvida ndo de si mesmo, como no caso citado pelo mest re e demô - nio Cocteau. Sirva de exemplo o que se passou uns vésperas ctp último pleito II que m e cnndldatel. E que seria , t ambém, o último n que m e cand ida ta ria. Sondando Cllludlo de Souza, que lôrn sempre um dos ma is dedicados e leais sust,-ntAculos de meu nome na luta peln Acndame'.n, en contrei-o desanimado . Sem a quéle entusiasmo de que déra provas em tantos pleitos a nteriores, m esmo qua ndo não tinha esperanças <1e que cu vencesse . S ua atitude me da va o que pensar Eu não tinha dúvidas sôbre a lntelreza de seus compromissos. Causnvn-me espJcte, entretanto, seu abat)mcnto. Não p ..- rccln o m esmo general de tan tas Cdmpa nhas . Provoquei-o n uma expllcaç!\o. Cláudio, então, externou-me seus rece!c.s . A maldade de m eus lnhn'.gos tocava o a uge . Para cúmulo ,saiam-se agora co:n uma história: n de que eu havia na re – volução de 30, assaltado a casa do dr. Melo Viana, então vice-p residen te da Rt!– públicn, e m e apossado de objetos u ele pertencentes . o aut or de "Flõres de Sombra" procurllra defender-me de tal lnc rep ação, que considera va, desde logo, simples cnlú nln. Onde, p orém , buscar os documentos que provasse,n 1nlnhn lnocênctil '! - Mu'.to sllnpleâm ente, d isse-lhe e u . Amanhl\ Jl\ o terá . E com élc podi,rA esm agar a protérvla . No dia segulnt 7 procurei o dr. Vuldemar Loureiro, c ujo d epoimento tem fé publica, Já por se t ratar d e um n otário dos nrnis dign os do u osso 1ôro , Já po r ser u ,o .ios cluactã us 111t1ls probus e acu twtos qu e Mlu us n os m andou p ara o R io . I,'é>r;i ele quem, ua m anhá ele 2!l dt: outu bro d e 19~0. s,<bendo d as m inhas ligações cou1 o ~c:ueral Menu :uarrt1to, ;ne toru p re\lt1l1r de. presença dêsse che te n1t1.1u1.r n b F orte cte Cop ><cuba n a. e !nslst lru co1111go pa ra que 1ôssemos Ju1u os prestar-lhe ú ~ serviços de que, :.ct1so, ele n ccessl\bSSt! . Tom :in,cs seu uutomovel e. Ju ntos, n us alligimc.s «o local eu\ que os bCU<'rnls d o E,-~rc1to brns,Jeiro oon spll•avnm pnn, por
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