Revista da Academia Paraense de Letras 1954

REVISTA DA ACADEMLA PARAENSE DE L ETRAS 21 As escolas dessa qqadra, não precisavam de indicação, pois os alunos, cantamlo a taboacla,cm voz a ltissima, atraiam a ate nçao de quem and asse \ d istâ ncia de algum ':ls centen::n de mC' tros . Eram afamadas as escolas regidas pelos professores S araiva, Ca– nelas e Paixão. E os programas de ensino permit iam o argumento de t aboad a a bolos, entre Gregos e Troianos, com o troféo, ao f im , para o vencedor . Os alunos de ma ior aproveittam e:1to e conduta exemplar , eram d istingu idos como c!ecoriões e tinham de zelar p el a disciplina, auxilian- d o tambem o professor na tomada dê-s lições. . P aulo Mar anhão ocupoú êsse posto em sua escola, e isso, depois, 1 . quase lhe causa desagradáve l situação . É que um contempor âneo seu, , m a~ tarde b arbe iro, acometido de loucura qu ando lhe fazia a barba, l em– l' brou-se dos bolos que o freguez lhe. havia a plicado 'nos tempos esco- lares. - Lembras-te dos bolos que ·me deste? E se agora cu t e passasse o fio da navalha p ela garganta ? ... - - Dei xa d isso . Eramas crianças. - - Qual criança ! E Maran hão teve de sa ir apressado com a barba por fazer . Em estudiosos de nosso en sino, ao frequentar a Biblioteca Nacio– na l apr endi que andava por um qua rto de século o abandono, na Europa, - dêsse sistema de en sino, qua ndo o adotamos no Brasil . Mas não só nisso, como em outras coisas, gostavamos de ser con. ser vadores . Adolescente, m·e\.lc t anto lambusad·o de litera tice contaminado das fl .inccsias, tão ao gosto de todos, porta nto q uand o os oitenta iam h á mais de meio, a ir;da em Be lém se compravam cevados e jardas de fa– zendas e lin has . Ninguem se lembrava de Nt ros: e ram quartilhos. As braças e as varas su b~tituiam os metros na con1Pra de terras. . . É certo que a Ingla terra, de.sde a nossa indep endência, nos com– primia nas malhas d e um acôrdo. que só c-om a sua d enúncia em 1846, dei xou liv1,e os mov imen tos ao nosso comér cio . ' • •• Foi como aluno do "Colégio Americano", de propriedade e dire– ção de José Verissimo, q ue os meus olhos se foram abrindo para ma is n ít id a compreensão do mundo. O seu processo de ensino de Geografia, intuitivo, que os mapas inter essavam, despertava o gosto p elo conhecimento de todos os conti– nentes. Os caminhos palmilhados, abriram-se diante de nós pela sua im– portância, ou por qualquer peculiaridade q ue os distinguiam u ns dos outros . • _ Os povos desfrutavam suas terras dentro d as possibilidades geo– gráficas e de out ra natureza, que o mestre nos d eixava surpreender, por nós mesmos, atrovés das linhas que a sua intel igência riscava ao alcance d e nosso r aciocí nio em desenvolvimento. Foi a inda José Verissimo quem completou as lições intui tivas q ue o p rofes;.;or Severiano Bezerra d e Al buquerque nos ministrava da Jingua portuguesa, p edindo-nos o sign ificado d as palavras, a ma:1e ira de aplLcá-las ou .;ubstituí-Jas por sinô;1imos adequados . E andav::.:.:10s apenas no último ano do curso primário . Foi -êsse gr ande técnico do ensino quem introduziu, no Brasil, a educação física e a eçlucação militar.

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