Revista da Academia Paraense de Letras 1954

.' REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE l,ET1!AS Toda menina brasileira nata quando pega uma paixa compra logo uma caixa de papel Diplomata, 19 no tempo da valsa, do album, do recitativo, do voltarete, do dramalhão, quando os bardos à Casemiro de Abreu sol1;1çavam nos salões: . ' "Olha, nesta missiva que te escrevo, não digo meu pezar, meu doce enlevo porque não sei dizer... Mas, meus senhorf!s, e prezados confrades presentes - o que há de mais poetico, d.e mais conforme à profunda, à suprema poesia da vida, nos codigos democraticos do direito - não é o que há em sup forma, mas em seu conteudo, em .sua substancia intima, em seu teor interior - perdoem-me o pleonasmo ecoante - não é o que está em 5Ua letra morta, mas em seu espi.rito fecundo, em sua essência criadora ! E;' a defesa ampla do acusado. Quando eu lhes falei no silencio do réu, observei que o silencio do réu não importa confissão. Dizia Camilo Castelo Branco num dos seus r omances: "Ele não se defendeu bem porque os desgraçãdos nunca se defendem bem". O juiz não se atentando, hl·~e em dia, apenas ao alegado e provado, mas indo ao conjunto das provas, provas obtidas por . êle, juiz". E' a idéia da liberdade, acima da ideia do carcere, como no "habeas-corpus". No encalço do crime primário, a suspensão condicional da pena. !}>- pena da vida vencendo, ?Pesar de tudo, a pena de morte. A execuçao dos Rolemberg considerada um assassínio nas consciencias livres e sinceras do mundo! _ E, por ~01;ôa de t~do, um fato que nos diz mais de perto ao co– raçao de bras1le1ro, a Primeira Conferencia Continental de Juristas, re– alizada em n~>Vemb;o de 1952, no Rio de Janeiro, proclamando, bem alto, a for~a mvenc1vel do Direito, quando a serviço da soberania, do engrandecimento economico das nações e da cordialidade entre as mes– mas, oferecendo assim uma inestimavel contribuição juridica à causa dos povos livres! Tenho dito! L

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