Revista da Academia Paraense de Letras 1954
< 156 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE og LETRAS sem contar o lugar no cemitério, cêrca de 900$000; êste .preço inclui um rico ,ataú– de de veludo, forrado de cetim com r!cas ornamentações douradas custando 480S000 (mais ele mil francos) , o carro fúnebre (180S000). Os carros para os enterros de pessõas ricas &Ao tâo lu!iUOSos como certamen te não se encontrariam em nenhuma outra cidade do mundo ... " Entêrro de acompanh"ar-se o poeta compungldamente, n,um féretro sem mulheres, até a morada final, com cal no rosto para acelerar a decomposição. Ia feito procissão ou préstlto alegórico. No Rio, uma senhora que escrevia, anotava: "Eu sei e tenho visto uma coisa em extremo revoltante para um coração bem formado: quando hã algum eutêrro em alguma rua dest a cidade, tôdas as familias correm às janelas! que tarde de festa não é o Rio de J a neiro um entêrro de luxo". E o entêrro de Castro Alves foi de manhã, manhã de testa, com sinos do– brando a finados que pareciam aleluins. E a morte era aos 24 a nos. Dlr-se-á que ficou reservado aos poetas do Brasil o privilégio de morrerem moços demais... Mas, Informa-nos Lacerda Werueck que por aquele patológico século XIX, a mé– dia da vida humana seria de 26 anos". (Jamll Almansur Haddad - "Revisão de C astro Alves"). TEMAS DE MISTICISMO , Aldous Huxley está mesmo Impressionado com os temas de misticismo. Depois de ''Perennlul Phllosophy" e de um livro sôbre Gandhl, foi rebuscar, em velhos arqui vos da Idade Média, um posslvel a rgumento para um romance, en– contra ndo a história de um convento cujas dezessete freiras foraO?, possuldas pelo demônio e provocaram um grande t umulto numa pequ ena cidade francesa. Dessa pesquisa, surgiu o livro "The Devils of Loudun", recentemente editado por "Har– per & Brothers". VITÓRIA DE GILBERTO FREYltE I O padre André Rétlf, na revista francesa "Etudcs'', comentando a tradu- ção de "Casa Grande e Senzala" ("Maltres et Esclaves'' ), de Gilberto Freyre, já em terceira edição oito meses após seu lan çamento em Paris : "- J::ste ensaio sôbre a formação histórica do homem no Brasil é de uma penetração de vistas, de uma amplitude de erud.lçlio, de uma segurança de mé– todo que f azem dêle uma grande obra". MACHADO DE ASSIS E O SAPS Informa o Serv!ço de divulgàçiio do SAPS que Machado de Assis; morto há 45 anos precisamente, não é lido apenas pelas camadas mais cultas. Também os trabalhadores o lêem e a prova está em que, no concurso que lnstltu1u a Bi– blioteca da autarqu1a - frequentada por operários - mais de quinhentas pes– sôas se l.nscreveram apresentando trabalhos sôbre Machado de Assis. A entrega do prêmio se deu no Restaurante Central do SAPS, na Praça da Banclelra, numa solenidade pres!dlda pelo sr. Luls Corréa. Benedito Jos6 de Cnr– ,·a1110 e Henrique Tavares Filho foram os p remiados. Na solenidade, o a ut.or e a obra (Machado) foram exaltados, ampliando-se assim a dlvµJgação elo nosso m aior escritor. Um problema Tratando-se então de sul o plumitlvo melo PROBLEM~ DO LIVRO a ngusUante para o escritor brasileiro, é a falta de editor. estreante. a situaç!\o ch ega a ser desesperadora. Se não pos– para custear êle próprio a edição de seu livro, não há outra 1 I
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0