Revista da Academia Paraense de Letras 1954
152 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS CLUBE DE POESIA DO BRASIL Vai transformar-se em Clube de Poesln do Brasil, 9 Clube de Poesia de São Paulo. Seu quadro atual, que é ele cinquenta sócios, será ampllnclo para cem, nêlc devendo também lngressar escritores de outros Estados. NOVO ROMANCE "Terreno Baldio" é Ó titulo do próximo romance de José Geraldo Vieira, Já pronto, faltando apenas uma revisão geral. Deverá aparecer nos primeiros meses de 1954. Assunto , cinquenta anos da vida do Rio de J aneiro - de 1900 a 1950. UM GRANDE POEMA Gullherme de Almeida, por sua vez, prepara um longo poema Intitulado "/lcalanto de Bartlra", cujo assunto está ligado à história de São Paulo. PRÉMIOS LITERARIOS Aderbnl Jurema obteve o 'Othon Bezerra de Melo'' ,referente a 1952), ctls– trlbuido pela Academia Pernambucana de Letras, com o livro "O Sobrado na paisagem recifense..; Antônlo Olavo Pereira, o autor da novela "Contra-Mão" (Prê– mio Fábio Prado) acaba de receber o prêmio de literatura lnfantll do SAPS com o trabalho "Plcuncellls" (a história das vltam!nas). JECA TATú Num depoimento pouco divulgado, Monteiro Lobato contou,• certa vez, como lhe velo a Idéia o Jeca Tatu, o ramoso personagem de nossa literatura que o consagrou. Foi na fazenda Pnraiso, proprled.ade do pai do escritor , pouco além de Tremembé (e que se tornou depois Fazenda Marlst,elal, que velo êle a conhecer .''Nhá Gertrude Reboque" . Tratava-se de uma velhinha que morava em casa de ,1 beira de estrada. "Nhâ Gertrude" vivia só !alando de um neto, a quem consi- dera va o maior homem do mundo. Chama va-se Jeca , e, aos olhos da avó, parecia criatura extraordlnária, verdadelr'o por tento. Tanto falava ela, no fenômeno, que Monteiro Lobato, então adolescente, teve vontade d e conhecê-lo . E val um dia ap arece o famoso Jeca . Mas que decepção! Era um "bicho feio, magrlço, barri- gudo, arisco, desconfiado, sem Jeito de gente". Tal foi a surprêsa do futuro es- critor diante d aquele caipira caricato, que nunca mais lhe esqueceu o nome e desde então. q uando pretendia designar qualquer caboclo d a roça, passava a chamã -lo d e J eca . A princípio - conta-nos Monteiro Loba to - não llle acrescen tara o sobre– nome de Tatu . Chamava-o Jeca. Peroba. Mas percebeu que não soa.va bem. 'Lem – brâra-se de um rapaz da fazenda , que lhe talâra na ação daninha de uns 'tatus numa roça de milho. Velo-lhe Imediatamente a Idéia de vingar-se dos bichos, dando-Ih\! o nome ao J eca. Dai o Jeca Tatu .Mas o nome do personagem existiu antes que êste fôsse criado . •Só mais tarde, Lobato descreveria o tipo do caipira , no capítulo "Velha P ra ga", que !lgura no livro "Urupês''. O resto da história n!ío é novidade. Tor– nou-se J ec.a Tatu um dos personagens mais conhecidos da literatura brasileira. Mais ainda : slmbolo de determinado tipo da nossa vida rural. SEMANA DE GEORGES BEJRNANOS Foi celebrado no Artola, de 13 a 21 de ou tubro último d e 1953, a Semana de Georges Bem anos. que a li, como se sabe, sltuou o qua dro dos seus principa is romances. AB comemorações constaram de uma exposição sôbre a obra do escri– tor da colocação de uma placa na casa onde êle passou a mocidade e de vârlas co~ terênclas, uma das quais p ronunciadas por Albert Beguin Çque acabára de re- gressar do BraBII l .
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