Revista da Academia Paraense de Letras 1954

REVISTA DA ACADEMIA PARAE!NSE DE l,ETRÁS Í35 . tributar-lhe a respeitosa simpatia que todos nós temos pelo esplendor da maravilhosa inteligência de V. Eminencia. E agora, eu, o mais modesto sócio deste Silogêu, pelo facto de ter sido idealizador desta homenagem a V. Eminencia, tenho a honra in• signe de passar às mãos de V. Eminencia esta lembrança da . Acade• mia Paraense de Letras. Levará V. Eminencia, como lembrança per– petua deste sodalicio, a comenda da imortalidade, em prata e ouro, de uso privativo e exclusivo dos sócios efetivos e pe1'petuos desta Acade– mia, e que conferimos a V. Eminência como _homenagem dos inte– lectuais da Amazônia ao Santp Papa Pio XII, tão dignamente repre– sentado por V. Eminência. Leva V. Eminencia, portanto, D. Augusto Alvaro da Silva, o sím– bolo da Academia Paraense de Letras. Guardai-a, Eminência, não como o símbolo desta Academia, mas como a alma de Belém do Grão-Pará, glorificada pelo esplendor indescritível do VI Congresso Eucwístico Nacional, genuflexa aos pés da Virgem de Nazaré, confiante na gran– c.leza da Amazônia para a maior felicidade do nosso amado Brasil". A comenda da imortalidade entregue a Dom Augusto Alvaro é em prata e ouro, belíssimo trabalho de um ourives paraense. . A con– vite do presidente da Academia, Dom Antonio de Almeida Lustosa co– locou a insígnia no Legado do Papa. . , Fala Dom Lustosa Visivelmente comovido, ergueu-se Dom Antonio de Almeida Lustosa que, em notavel improviso, agradeceu a homenagem que , a Academia estava lhe prestando, referindo-se às saudades que sente do P?-':á, em Fortaleza, onde se encontra no nobre mister de guiar o esp1nto dos homens para o amôr a Jeslls Cristo. A palavra do Legado Profundo silêncio se fez no recinto do Silogêu, com a assistên– cia de pé, quando se €rgueu o ilustre Legado do Papa. Dom Au– g~sto Alvaro pediu que a assistência se sentasse, e pausadamente ini– ciou o seu improviso, 'brilhante, erudito, profundo de ensinamentos e de beleza. Disse que nunca estivera tão envergonhado em sua vida como n~quele momento, quando recebia a homenagem dos homens in– telectuais do Pará. Achava-se envergonhado porque n ão era poeta. Escrevera quando moço alguns versos, com o pseudônimo de Carlos Neto. Certo dia, um sacerdote lhe pediu permissão para editar em li– vro_o~ v~rsos escritos, a fim de angariar dinheiro para uma obra de ass1stenc1a social. Foi-lhe dada a permissão com o compromisso de que jamais seria revelado o autor do livro. Editada a coletânia de poesias, o padre esteve co~ Doi:n Aquino, imorta1 da Academia Brasileira de Letras. Dom Aqumo disse que compraria t odos os livros se lhe fosse revela– do o nome do verdadeiro autor. O sacerdote ponder ou-lhe que havia ~m compromisso. D. Aquino disse que podia confiar-lhe o segredo, que ele o guardaria também. E D. Aquino ficou então sabendo quem era Carlos Neto. Certa vez, na Academia do Rio de Janeiro, D. Aquino leu alguns poemas do livro em r eferência. Diversos imortais indaga– ram do nome do autor. Não posso revelar, disse D. Aquino. Mas Afonso Celso, presente à sessão disse saber o nome verdadeiro do autor do livro, e poderia revela~·. pois não se comprometera a guar~ dar segredo. Desde então se ficou sabendo que Carlos Neto é Dom Augusto Alva ro da Silva. • P r osseguindo em sua maravilhosa oração, o Cardeal Legado refe- riu-s~ ao deslumbramento do VI Congresso, não escondendo o seu entus1a~mo e alegria p ela comunhão de oitenta mil homens, numa noite, facto virgem na h istória religiosa do Brasil, e talvez do m~nq,9, ~ e

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