Revista da Academia Paraense de Letras 1954
i 34 ft6:VISTA DA ACAÓEMtA PARAENSE D~J . ,E"'.'~AS .. Saudação Oficial Subiu então, à tribuna do Silogêu o academico Wenceslau Costa que, em no~e da Academia, pronunciou o <;l,iscurso oficial, peça bri– lhante e erudita, em que estudou as personalidades que estavam sendo alvo das homenagens da intelectualidade amazônica, e que publicamos .em outro local desta Revista. Poesias Prosseguindo no progr ama organizado pela diretoria da Acade– mia fizeram-se ouvir, em números de declamação, sob aplausos da as– sistência, os academicos De Campos Ribeiro, BJ·uno de Menezes e Ro– drigues P inagé. Ocupou depois a tribuna, o dr. Pa ulo Eleuterio Senior, · que declamou e passou às mão·s do Legado uma poésia de sua autoria, que denominou "Canto do Cisne", dizendo que alí estava para prestar a homenagem de seu reconhecimento a Do!Jl Augusto, no cru.·ater de p ernambucano e de cidadão honorário da Bahia. Diploma a Dom Lustosa O dr. Avertano Rocha solicitou, que o arcebispo Dom Alberto fizesse entrega do diploma de sócio honorário e perpetuo a Dom An– tonio de Alme ida Lustosa, o qual foi feito em meio aos maiores aplau– sos da assistência. · Entrega da Comenda da Imortalidade A seguir, foi concedida a palavra ao academico Georgenor Franco, primeir o secretá rio da Academia, para fazer a entrega da comenda da imor t alidade a S. Eminencia o Cardeal Legado. Desincumbindo-se de sua missão, Georgenor Franco pronunciou as seguintes pa lavras: . "Eminencia - Vive a Academia Paraense de Letras, hoje, o seu ma ior d.la espiritual . Aqui está, na pessoa de V. Eminencia, o repre– sentante do Sa nto Padre, o Pastor das Almas, o inimigo maior dos ma– terialistas, dos homens que dizem encontrar na ciência explicação até para a nossa fé, como se a fé, estei_o da moral, alicer ce da v irtude, ·base inderrocável do amôr, fosse manipulada no silêncio deis labor a– t orius ou dependesse da solução satisfatória de algum problema de m a temática. Mas a Fé, essa Fé que agiganta e imortaliza, que aperfei– çoa e pw·ifica, que engrandece e humaniza, que nos ensina a amai·, a p erdoar e a esquecer o mal e a perfídia, a dôr e a saudade, Fé que nos transforma em san to ao abençoar um filho - e é quando o ho– mem é pai que compreende o inenarravel sacrifício de Maria Santís– sima e o heroísmo divino do seu Divino Filho, J esus Cristo - m as essa Fé, que nos faz viver e nos determina um Dest ino, o Destino de honrar a vida amando J esus para melhor compreender os homens, essa Fé, Eminencia, meus senhor es, vem do fundo de nossa alma, do nosso sent imento, de nossa inteligência, e é ela que nos guia para os altos designios e para a gloria de vencer, am ando os homens e cr endo em J esus Cr isto. Eminencia - Esta casa é a casa da Lu z, do Pe nsamento, d o Sonho, da Arte e do Belo. Nela n ão encontra agasalho o ódio, n em a vingança. Aqui existe apenas o espírito do homem defendendo as t radições culturais de um povo e de uma terra, que teve a ventura especial íssima de sei· o berço de D. Romu:ildo de Seixas, sacerdote e cultor das letr as como V. Eminencia. Nesta casa os homens estudam, pensam e crêem, Eminencia, crêem em Deus, porque desacreditar de Deus, e de sua força criadora é duvidar, senão negar, a própria r azão de ser da humanidade. Eminencia - Wenceslau Costa, meu brilhante confrade, com o fulgor do seu t alento, já disse da honra que sentem os sócios efeti_vos e perpetuos da Acadeinia em receber V, Eminencia nesta Cé!Sa, para
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