Revista da Academia Paraense de Letras 1954

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE .E1'HAS 131 O comercio e progressivo, o estado financeiro ótimo, a população aumenta consideravelmente, sendo que a de Macapá pelas últimas estatísticas ascende a mais de 17 mil almas. O povo vive feliz e na sua qu3si unanimidade tôdos louvam a administração honesta que vem fazendo o Governad9r do Território o qual se impõe ao respeito de todos pelo seu caráter jovial, austéro, e sobretudo íntegro. Não posso entretanto concluir sem deixar expressa a minha admi– ração pela fortaleza de Macapá, obra notável que vem desafiandp a ação dos séculos, o que faz honrar e admirar cada vez mais os an– tigos colonizadores portuguêses, homens de tempera de aço diante de que foram na paz e na guerra, de uma coragem indómita que não parecia de sêres humanos. No interior da fortaleza, atualmente fun– cionam próprios do Território entre os quais a imprensa oficial e um museu arqueológico, muito promissor e porisso mesmô de grande futuro. Nele encontramos o uniforme que enverga o saudoso patrióta para– ense Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralsinho, quando exer– cia as funções de governador do Amapá no momento da grande luta durante a qual foram massacradaos muitos brasileiros, mulheres e en– fermos, que nele não tomaram parte. Na ocasião em ·que visitei o museu lembrei-me que ainda não se fez a devida justiça ao nosso heróico C~bralsinho e essa lembrança acudiu ao ilustre presidente da :Acade– mia Brasileira de Letras, no momento em que S. Excia. proferindo o s~u lindo discurso _no Território Amapaense, aludiu aquela circunstân– cia. EstQu certo, porém, que em dia não muito remoto, se há de fazer a justiça merecida a Cabralzinho. . E' tudo quanto tenho a -relatar aos meus presados confrades da Academia Paraense de Letras, com os quais me congrat ulo sinceramen– t~ pelas belíssimas homenagens prestadas á memória de Joaquim Caetano da Silva". · Be!ém, 4 de Janeiro de 1954...

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