Revista da Academia Paraense de Letras 1954

120 REVISTA DA ACADEl\llA PARAENST,; DR .• "F.:TRAS silei.ro . O povo aguardava ancioso a chegada dos navios de guerra e, quando foram estes avistados, a extensa ponte que demora em frente ao Macapá-Hotel já se achava literalmente cheia. O governador, o bispo as autoridades mais graduadas do Terri tór io Federal do Amapá, que ~s acompanhavam, famíluias e escolares em longas filas, tôdas aguardavam a presença da urna trazida pela luzida oficialidade da Ma– rinha de Guerra em nome do Ministro da Marinha, afim de escolhê-la para sempre o Território Amapaense. Na ponte aguardava os despojos uma ~arrêta ocupada por qua tro soldados vestidos á moda colonial; ao subir a urna para a carrêta levada pelas mãos do governador e autoridades, a veJha fortaleza de Macapá despejou os seus canhões dando as salvas do estilo, enquanto a banda de música da Guarda Territórial executaram o Hino Nacional. O Çortejo Formou-se então o cortêjo onde o govern ador, as autoridades, a oficialidade da Marinha Brasileira que alí se encontrava, ocuparam lugar em seguida á carrêta, alí tomando parte igualmente a distinta espôsa do senhor governador e as outras senhoras que faziam parte do préstito, inclusive a espôsa do atual Pres idente da Academia Para– ense de Letras. O trajeto foi tôdo feit o a p é, da ponte ele <lesembar– que até a Fortaleza de Macapá onde a urna foi colocada na capela existente naquele forte com assistência do prelado, ficando os des– pojos expostos â visitação pública. Momento ele grande emoção Ao chegar a urna ao forte do Macapá e antes de dar entrada n a capela, de uma tribuna improvisada, frente a mesma, o dr. Júlio Ma– rino de Carvalho, ex-secretá.rio de Educação do Govêrno do Rio Gran– de do Sul e atual promotor público em P urto A legre, tomou a palavra para, em nome do govêrno gaúcho, fazer a entrega dos d espojos de Jo– aquim Caetano da Silva ao povo amapaense, represe ntado naquele momento pela figura exc1:lsa do ilustre governador d o Território, se– nhor coronel Janary Gentil Nunes. A oração do dr. Júlio Marino foi r epassada de muito sentimento e revelou a grande cuJtura do orador, produzindo na assistência uma ótima impressão. Em seguida, e da mesma tribuna, falou ainda o gover– n~~or do Território den:ionst;'and? a sua satisfaçã!:? e il d o p ovo que dm.ge ao receber despoJos tab dignos da veneraçao pública h onran– do-se com a distinção que acabava também de honrar a terr~ amapa– ense. Concluída a oração ~o senhor g~;1er~ador, foi a urna levada para a capela do forte, onde ficou como Ja dissemos, exposta á visit ação pública, em câmara ardente. Pedra Fundamental do Monumento a Joaquim Caetano Cêrca das 5 horas da tarde, foi lançada numa d as praças de Macapá a pedra fundamental do monumento que se h á de erigir ao imortal brasileiro, dormindo neste instante o seu sono eterno no Ter– ritório Amapaense. Por essa ocasião, foi ouvida a palavr a culta e atraente d o distinto historiador dr. Arthur Caetano da Sil\téJ, sobrinho- neto de J oaquim Cuetano por entre a atenção dos presentes : tanto mais inte ressa ntes se tornou a oração quan to mais se admirava a cultura geral e esper::ial– mente histórica que revelava o nobre orador. Foi ouvido, outrossim 0 dr. Marcílio Viana em aplaudida ora~ão. '

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