Revista da Academia Paraense de Letras 1954

REVIST A D A ACAD EMIA P ARAENSE D ~: L 'F.TRAS HOMENAGENS PRESTADAS A JOAQUIM C~t\ETANO DA SILVA (Algumas palavras sôbre o Territór io Federal do Amapá) · Na sessão ordinária de 8 de novembro de 1953, da Acadêmia Paraense de Letras, o dr. Avertano Rocha, prcsidênte do Silogeu, aprc– scHtou e leu o seguinte relatório sôbre a viagem que empreendeu ao Tcrritód o Federal do Amapá, quando das grandes homenagens presta– das à memória de Joaqui."ll Caetano da Silva: "Após as brilhantes solen idades com que a Academia P a raense de L et ras, irmanad a ao Terr itór io Feder al do Amapá, celebrou a pas– sagem por est:i capital dos despojos de J oaquim Caetano da Silva, no– tável escritor b rasileiro e diplomata emzr it o, r esolveram os acadêmi– ·cos ent re sí e dent ro d a maior cordialidade, envial· um seu delegado ao Amapá q ue assistisse as cer imônias que alí se iam efetuar por ocasião do transporte d<!_qtlelas cinz~s imperecíveis para o local que lhe fôra dest inado pelos anélos da Pátria como repou so definitivo e eter no, r efletindo l.Una das mais justas e emocionantes hom,magens ao filho dilet o e amigo que, no interior e no exterior, soube honra r as glórias ela terra n ativa. Cbnsultados vários àcadêmicps, ve r ificou-se a in1possibiliciade dessa re presentação, porquanto a inoportunidade do m omento não per – m it iria que se afast asse qualquer dos nossos confrades para aquêle hon– r oso mistér. F oi quando o obscuro pr esidênte dêste egr égio sodalício compreendeu a necessidade inad iável do seu comparechn ento a essas solenidades para que assim se encerrasse o apoio formal e decisivo da Acadêmia P arae nse ao gesto nobr e do h er óico pôvo do Amap á. En– t rementes, o presidente da Academia Amapaense telegr afa-nos solici– tando com empenho o compa recimento da Academia ao Territ ório 1\mapaense. Entret anto, não p ermit indo o meu estado de saúde qualquer es – forço de vfagem por m ín imo q ue fôsse, hesitei durant e algum te mpo em cumprir o "prome tido" aos meus confrades, desd e que a minha· des– culpa se íundava num mot ivo de for ça ma ior , r espeitável e cer t runcnte resp e itado. · Encontrando-me, porém, com Geor genor Franco, o nosso d inâ- mlco e bemquer ido 1 °. secret á rio, disse-lhe da minha últ im a r esolÚção : n5.o ir a Maca pá, f icando a A cademia Paraense as::;im p rivada do com– p ur ecimento pessoal de um dos seus memb r os efetivos, como a maior prova de s ua admiração e r espeito aos restos mortais do eminente de– fen sor dos direitos territóriais do Amap á. Georgenor Fra nco por ém acolhendo com frieza a m inha just ifica– tiva contra a qua l n ada se pod eria opôr. d:sse a penas cm tom de mágoa e desconfor to : . .. e assim a Academia fracassar á n a hora mais pr ecisa d iriamcs melhor, na hor a H, depois de tantos e tão brilhantes gesto~ de sua v italidade e patr iotismo. Aquelas palavr as produziram -me um . novo alento e, ent ão, es timulado a iJ1da pela ininh a espôsa, que prome– teu acompanhar -me, r esol vi seguir até Macapá, tomando p ara is::;o 0 avião d a Cruzeiro do Sul q;,ie daqui pa r tlu a 16 do mês p. findo cêrca das 10 horas da manhã.

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